Conseguem imaginar a nossa serrinha coberta de retalhos dourados? Há coisas que pagava para ver e essa imagem das muitas "boutchas" espalhadas pelos montes sobralenses, merecia uns trocos do meu orçamento!
O que sinto quando passo por este sitio e vejo as pequenas e sós "boucthas" do meu pai e do Paulo, é tal e qual o que a Mafalda Veiga canta nesta música...ora escutem com atenção e digam lá se não se enquadra com este espirito saudosista que hoje me invade!
22 comentários:
Muito bem aplicada,Famel.
Venham mais destas.
O dourado das boutchas e as fogueiras dos carvoeiros à noite a cintilar! Era lindo!
Lindíssimo!
Lindo!
Fiquei a cantarolar "Mas é preciso morrer e nascer de novo/semear no pó e voltar a colher/há que ser trigo, depois ser restolho/há que penar pr' aprender a viver"
Felizmente não me ouvem!;)
E já agora, a ver se ultrapassamos os 73 comentarios do post mais abaixo...
Já foi ultrapassado neste post:
http://sobraldesaomiguel.blogspot.com/2007/07/as-obras-continuamj-falta-pouco.html
Pena que estes records de comentários sejam apenas em posts controversos, em que metade dos comentarios são mm só para criticar!
Bem visto.E, bem escolhida a música.
No antigamente, não se cantava Mafalda Veiga, mas era lindo, e tu, Famel que és bem mais nova do que eu ainda hás-de ver todos os morros e todos os vales semeados, como antigamente.
Quando era menina a minha mãe tinha sempre uma boucha no Vale Miguel.
Lembro-me muito bem daqueles morros todos semeados. Era muito giro quando as senhoras ceifavam o trigo, faziam molhos e depois eram transportados para a laje (à cabeça). Na laje tinha que se guardar vez. Era como no forno da bica. Levantei-me alguma vezes com a minha mãe para ir apanhar a vez ao forno.Era muito engraçado, porque a primeira a chegar cozia primeiramente com outras senhoras que entretanto iam chegando.Normalmente coziam três ou quatro senhoras, dependia da fornada de cada uma.
Era um ritual giríssimo. Quando eu andava na escola a minha mãe, no intervalo, no dia em que cozia, levava-nos uma pica.
Sabes que tu e o teu tio obrigam-me sistematicamente a entar em analepse. E, se recordar é viver, este blog tem-me feito reviver todo o meu passado que já é um pouco longo. São 60 anos, não são 60 dias. Que bom, um dia, sem querer,ter-vos descoberto.
Obrigada
Maria Ideias
famel, era +- isso que eu queria dizer: Ver se um post inofensivo e sem polémica (como este) consegue algum dia ultrapassar o número de comentários, mas pela união e partilha de saberes e lembranças!
Desta maneira vai haver mais festa na lage.É pena estar tão longe ,se-
ão tambem aparecia a ver dos "miáus".Tambem te lembras disso Maria Ideias? E nos tempos em que cultivavam o linho , era na laje que que, antes de o porem na agua corrente a curtir ,faziam o ripanço e deixavam aqueles involucros ,onde estavam as sementes da mostarda, ao sol para abrirem .Depois, era ver as miúdas fazer cordões das cascas vazias que ficavam .Enfim ,recordações de infancia
Para os ausentes: simples e anacrónico.
Ó cabeço "dá ànave"
como tu não há igual,
pois cada vez que te vejo,
lenbra-me logo o Sobral.
Este pequeno retalho dourado, faz-me lembrar o “meu” Alentejo no seu melhor de outros tempos.
Pela pequena experiência que tive em Julho na malha do centeio, deu para perceber, até chegar a “festa” da lage, fica para trás muito trabalho e sacrifício escondido.
A visão duma "boutha" do centeio verde a ondular suavemente ao saboar do vento e chuva frios de Abril ou do centeio já alourado no mês de S.João permanece bela e nítida na m/ memória, contrastando com o medo que sentia ao pensar que as minhas cabras fugissem para comer tanto pão...(crime só comparado ao deixar comer as videiras e que punia fortemente qualquer pastor de maior ou menor idade.)
queria dizer BOUTCHA de pão.
Maria Ideias fico contente por ti, já há muito que não ia ao dicionário, fui lá agora e gostei da analepse.
Assim ficam todos a saber.
analepse
nome feminino
1. MEDICINA restauração das forças perdidas por doença; convalescença
2. LITERATURA narração de eventos ocorridos anteriormente em relação a eventos já narrados; recuo no tempo
(Do gr. análepsis, «recuperação»)
oh silence,ÉS de ouro !!! boa noite.
Não sei se sabem a Mafalda Veiga gosta muito de vir ao Sobral de São Miguel o verão passado estive com ela e que jà conhesse o Sobral a mais de 10 anos e disse-me o ar da serra a inspirava nas suas canções
como é que ela descobriu o Sobral? passou aí a caminho da Teixeira ?
como é que ela descobriu o Sobral? passou aí a caminho da Teixeira ?
Em Janeiro sobe ao outeiro
Se vires verdejar
põe-te a chorar.
Se vires terrear
Põe-te a cantar.
Assim simplesmente, o poeta demonstrava o ciclo do centeio desde a sementeira que teria que estar concluída nesse mês, mas que não devia ainda ter nascido, para que a colheita fosse farta, quando chegasse o mês do S.João.Ainda bem que a tradição ainda é o que era.Este ano tivemos uma pequena amostra.Quem sabe nos próximos não teremos a colheita correcta.?
Sensacional. Quem é o Silence? Devias estar sempre a falar.
Gostei da aula de portugês.
Vocês, fazem-me rir, porque agora já rio.
Beijinhos para todos
Maria Ideias
Sensacional. Quem é o Silence? Devias estar sempre a falar.
Gostei da aula de portugês.
Vocês, fazem-me rir, porque agora já rio.
Beijinhos para todos
Maria Ideias
Aula ou seca? alguem morreu e o a deixou encarregado da lingua
Não sejas maroto.
É táo bom termos alguém que nos ajude a raciocinar.
Maria Ideias
Enviar um comentário