segunda-feira, setembro 22, 2008

Divulgação

Hoje aproveitamos para divulgar a pedido de Sergio Brás, do "Cebola Net" ( http://cebola.net ), a página panasqueira.net.

Panasqueira já ali ao lado, também nos diz muito. Muitos Sobralenses trabalharam nas minas para conseguirem uma vida melhor.
É altura então, de partilharmos com eles este espaço virtual de que tanto gostamos e como diz o Sérgio "Caso tenham historias das minas e mineiros, convido-vos desde já a participarem na página, pois é uma maneira de preservar a memória das minas para as gerações futuras".



www.panasqueira.net

9 comentários:

Anónimo disse...

Nasci nas Minas da Panasqueira.
Corria o ano de 1948.
Lembro-me da minha mãe dizer que, regressou à aldeia, porque sempre que a sirene tocava pensava que era o meu pai que tinha morrido.
O meu pai depois foi para Angola
(Anos 50, mais ou menos. Fui também para Angola.
Quando, em 1975,regressei de Angola, uma das minhas primeiras visitas foi às às Minas da Panasqueira.
Fui lá várias vezes, mesmo já a viver no Porto, quando ia fazer fins de semana à aldeia, buscar o tio Chefe que trabalhou lá muito tempo. Era colega de quarto, na altura, do Manuel Ceguinho.
Já levei o Victor e a Susana àquela zona para verem onde nasci. Conto levar lá também os meus netos, agora que o problema de saúde do meu marido está ultrapassado e, eu já posso viajar novamente.
Maria Ideias

Anónimo disse...

Boas noticias!
Felicidades Maria!

E as Minas, serão sempre uma incontornável referência para praticamente todos os que nasceram naquela região.

famel disse...

As memórias que tenho como referencia às minas, são as memórias das historias que o meu avô me contava do tempo em que ele era mineiro. As partidas (por vezes maldosas), que alguns companheiros faziam quando eles iam a pé para as minas. A dureza do precurso e do trabalho nas galerias!
A forma engenhosa como alguns tentavam trazer para casa um pouco daquele "ouro negro" e acabavam por ser apanhados...tudo se resume a essas memórias!

Anónimo disse...

"Memoriando", lembro a tristeza de minha avó Cândida, pela morte prematura de meu avó (com o mal da mina) e os filhos tão pequenos.
Anos mais tarde, a morte também prematura de meu tio João num acidente nos tanques da cal e outra vez os filhos tão pequeninos... Vidas dramáticas, com heroínas (as mulheres) continuando a luta pela sobreviência. Também elas mereciam uma homenagem!

famel disse...

Lembro-me da Finadamina me ter enviado no natal de 2006 uma foto das mulheres que lavavam o minério...se a descobrir prometo colocá-la aqui

Anónimo disse...

O meu tio Manuel Silvestre que morava na casa que agora é da minha irmã, também morreu com esse mal da mina. Mas contava muitas coisas giras, nomeadamente da candonga do «minaral» o dito Volfrâmio.

Anónimo disse...

- Pois é ,tanto mineiro que houve no Sobral e só mulheres é que comentam este post.
Eu que andei por lá 9 meses (em 1975) antes de ir para a tropa teria muito que contar aqui.
No post de Agosto de 2006 -lendas sobralenses - conto como fui lá parar...
Nessa altura deviam trabalhar nas minas uns 1.500 homens, sendo a proporção de um português para cada
três Caboverdeanos.Há estórias muito engraçadas para contar,mas isso dará para um capítulo das m/ memórias...AH AH AH.
Lembro que havia pagamento á sexta-feira e um mercado semanal com muitos feirantes,que atraía também
muitas "meninas" de toda a Beira Baixa que iam lá divertir a malta.
NA ÚLTIMA SEXTA FEIRA DE CADA MÊS -era o pagamento geral -já havia mais dinheiro nos bolsos e isso atraía também as "meninas" que iam de Lisboa.
lá dentro da mina, o caso mais engraçado que ouvi era não podermos fazer mal ás ratazanas que vinham á hora do almoço - 11 horas- ter connosco e comer as migalhas. Isto porque em caso de derrocadas ou desmoronamentos , eram elas que na sua fuga precipitada dos buracos nos avisavam do perigo que se avizinhava...Tive que aceitar essa regra da segurança. Outro direito sagrado era o de podermos interromper o trabalho( de hora a hora) e fumar tranquilamente um cigarro até ao fim, sem sermos incomodados por qualquer chefe que fosse.
um dia resolveu-se fazer um torneio de futebol de salão lá no clube das minas. Foram convidadas e formadas equipas de várias
terras, ERAM UMAS 10. do Sobral inscrevemos os Galitos da Serra com : Custódio,Abel, Zé da Ti Laura(já trintões),o Zé e Tó(Migalhas), Eduardo Tomé(meu grande amigo e companheiro) já falecido,o Fernando Pereira (caçolo). 7 ao todo sem suplentes e eu como manager-treinador porque não jogava nada. os jogos eram á noite e havia muita assistência ...raparigas e tudo. o "Minas" e S. Jorge tinham até clac de apoio na bancadas-coladas ao ringue... no dia do jogo Galitos da Serra-Casegas levámos 11-0. Nunca passei tanta vergonha... era golo atrás de golo e eu sem ninguém no banco para fazer substituições, rezando para que o tempo acabasse depressa.
...fim das memórias.

Anónimo disse...

Maria Ideias não sabia que tinhas nascido nas MINAS, MAS LEMBRO-ME BEM DAS centenas ou milhares de cântaros de leite que a tua irma Cremilde carregou á cabeça para lá.
Foi p'ra Barroca Grande que eu fiz a primeira viagem de carro e onde aos 5 anos houvi falar a primeira vez no Pai Natal,fiz para lá muita viagem até entrar para a escola,ia visitar o Fernando e Inês,Tó e Ilda que lá exploraram o negócio de mercearia e taberna até 1963. E que o Fernando foi explorar
de novo em 1975 quando veio de Angola.

Anónimo disse...

Como é bom saber que te lembras da Cremilde. Não imaginas o que, por vezes, penso, quando ela andava a fazer essas tarefas e, eu a estudar... Penso que ainda estava em casa da professora, ou já andava na Covilhã. Neste momento não consigo entrar em analepse, mas vou tentar pormenorizar esse tempo nas minhas memórias.
Obrigada por me fazeres recordar estes tempos.

Maria Ideias