segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Ainda o pão...

Continuando na temática dos moinhos e do pão, apresentamos duas fotos enviadas por José Paulo Antunes.














Eira da Lage 1976

Estas duas fotos mostram-nos todo o trabalho de preparação dos cereais, para posteriormente cozer o pão!
Imaginem que este post foi antes do post do "Dia de Cozer o Pão", ok?
No Sobral existiam antigamente muitas eiras para malhar o centeio e trigo, algumas dentro da aldeia, outras nas proprias fazendas.
As "boutchas do pão" era semeadas nas encostas dos montes, e depois de ceifadas o cereal era juntado aos molhos, atado com nagalhos e transportado para as ditas eiras, onde aí era malhado pela força humana e do mangual.
Provavelmente um visitante mais velho poderá contar-nos como era esse "ritual" da malha...para alguns poderem simplesmente lembrar e outros, os mais novos, imaginar...

8 comentários:

famel disse...

Eu já n me lembro de nenhuma malha no Casal da Pires, onde os meus avós também tinham 1 eira.
Contudo o meu pai decidiu semear 1 boucha de centeio no Fojo, nos ultimos 2 anos, p q os + novos pudessem reviver essa tradição da malha!
M esse trabalho d apanhar os "montes" n foi preciso pk malhamos td in situ. N tem o mm carisma, m n deixou de ser divertido!
No q diz respeito a "montes", fikei-m pla "apanha" dos montes dos bobys p embuziar as videiras...m isso é outra historia...

Anónimo disse...

no sobral havia pelo menos 4 eiras para malhar o centeio a eira da lage a da portela e duas na eira eira de baixo parte dela ainda se pode ver e a de cima era onde foram construidas as escolas, a respeito de preparar as eiras para a malha aquelas que em parte eram de terra entao usava-se a bosta dos bois misturada com agua e depois aplicada com uma vassoura de giesta em cima da terra da eira depois ficava a secar ao sol por um ou dois dias e pronta estava para a malha os graos de centeio eram depois varridos com a vassoura feita de giestas e nem so um grao de terra vinha no centeio

Anónimo disse...

as eiras tambem eram usadas para secar o milho, e mais ;quando "ripavam" o linho e,para conseguirem abrir o invólucro que continha as sementes,"linhaça" era na eira que as deitavam a secar ao sol.Depois era ver a pequenada a fazer colares com aquelas cascas vazias, emfiando-as numa linha e lá iamos todas contentes com um colar de pérolas ao pescoço

Anónimo disse...

Dia de alegria para adultos e pequenada.
Não faltavam os miaus e as histórias do lobo e raposa escondidos atrás das medas do pão para roubarem os miaus.
Então na lage, à noitinha, com a lua cheia reflectida no poço era o ritual da raposa que levava o lobo a beber toda a água para apanharem o queijo

Anónimo disse...

sim o que apanhavam dos burros era para estrume

famel disse...

A minha sina era outra...
Kem me manda a mim adorar os bobys!

Bom então é assim, dd tenra idade k eu era oficial/ nomeada a "cata cocós" lol
C n tinha medo d nenhum cão a minha avó mandava-m atras deles qd ía p a escola, p ir apanhar os seus degetos.
Depois de catados, os "ditos" eram metidos num balde e bem misturados c água, e assim serviam p embustiar as videiras!

C eu gostava muito d comer os "gatchos", via-me obrigada a fzr este trabalho p proteger esse meu bem precioso!!!!

As cabritas ao aproximarems das videiras embustiadas, afastavam-s pk o cheiro era insuportavel...e deste modo as videirinhas continuavam intactas :)

Anónimo disse...

BOTA A MOER¡¡¡

Anónimo disse...

A minha mãe costumava semear centeio e trigo no Vale Miguel.
Depois de ceifado vinha para a laje do muro para ser malhado.
Era incrível.
Os homens com os seus mangualdes a malhar e depois com a forquilha a deitar a palha para fora. Parece que ainda tenho o cheiro no nariz.
lembro-me, que a meio, como eram dias muito quentes, com um cântaro, ia-se à fonte da ponte buscar água fresca, juntava-se-lhe vinho e açucar e faziam-se refrescos para dar aos malhadores.
O suor escorria-lhes do rosto, tornando-os luzidios mas alguns faziam as delícias das raparigas daquele tempo.
Fazia-se com a palha molhos e às vezes essa palha era para encher os colchões onde se dormia. Cheguei a dormir num colchão desses.
Todos os anos na mesma altura a palha velha era para estrume e voltava-se a por palha nova.
Como é giro recordar e poder partilhar com os mais vovos todas estas peripécias.