terça-feira, setembro 27, 2011

Ainda os pastores...

"Ainda há pastores"... no Sobral, embora que a idade já carregue!!!
No domingo tive a oportunidade de passar num local onde não passava há muito tempo e foi com surpresa que encontrei 4 pastores ao longo do vale.
As três Marias e um Zé
Os pastores ficaram surpresos pois não viam tal malta passar por ali há muitos anos... mas mesmo habituados aquela agradavel "solidão" partilharam connosco a água fresca e a fruta da época.

13 comentários:

Anónimo disse...

Ainda há pastores nas terras pobres da minha aldeia.
Ontem, havia mato roçado e milheirais, e gente tranquila junto a uma fonte,
Hoje, de vez em quando, aparecem turistas, caminhantes,
Com pressa de chegar ao fim,
ao almoço combinado.
Qual crise?

Anónimo disse...

Crise é um termo diferente para cada um de nós. Fuma 2 maços? Crise? Quem disse que são pobres as terras da nossa aldeia? A pobreza é um termo diferente para cada um de nós.
Mal de quem almeja abranger tudo e todos com um conceito.
Aos pastores que desejo saúde para continurem a sua jorna!

Anónimo disse...

Tem razão, caro anónimo anterior.
Antigamente, quando havia agricultura a sério no Sobral e rebanhos, que nunca mais acabavam, era difícil encontrar mato para uma roça. Havia trepolo, palavra do dicionário do Sobral, mato tenro, que o gado gostava. Agora, olha para aquele mato, caro anónimo, não há cabra que lhe pegue, nem a meu a ver roçadoira. O resto é o que se vê. Apenas aqui e ali a mão de um homem ou de uma mulher mantêm a presença da civilização nos campos. A sinfonia antiga das roçadoiras acabou e não vejo nova música de préstimo nos nossos montes.

Anónimo disse...

velhos do restelo come back

Anónimo disse...

Lindas as nossas terras...
Linda a nossa gente...

Medo ... medo... de ficarmos esquecidos...

Perderemos o nosso nome, a nossa identidade???
Perderemos o pouco que ainda temos???

Ficaremos esquecidos???

Sobralenses unidos sempre

ass. S.T.

virgilio neves disse...

No cantinho superior direito da 2ª foto pode-se ver uma mancha branca.Tem uma história verdadeira :-O Ti Zé Diogo já tinha o Carvalho(Cimeiro)com um bom Chão,um curral,água no barroco e uma mina acabada de furar que enchia uma grande levada.Apareceram por lá uns homens a espetar estacas de palmo com números vermelhos pintados desde o Cabecinho até à Colada Teixeira.Como ia lá passar uma estrada,o Ti Zé quiz ter outro Carvalho e aproveitando a serventia da futura via,furou mais uma mina,achou a água e contruiu logo mais um curral com palheiro.De seguida marcou o Chão, e como era mestre,levantou a parede de uns 6 metros(pode-se lá ir medir)com a ajuda da esposa que lhe chegava as pedras no carro de mão.
Assim passaram dois verões e dois invernos.Ele trabalhava até ao anoitecer e Ela ia ao povo dormir e fazer os jantares e almoços que carregava no cesto à cabeça.
A meio do inverno de 1971,quando começaram a aterrar o Chão,deixei a vida de pastor e "observador" e parti para Lisboa. Depois a estrada começou e a velhice acelerou.A terra,com a primeira sementeira de milho,amansou. Sem cabras,o curral nem estreou. Um depois do outro,os donos, velhinhos,partiram na paz do Senhor mas uma nova fazenda ficou.

virgilio neves disse...

A parede do chão vê-se no centro da foto,não no canto. A estrada passa por baixo.A mina dos mouros fica por cima, na lomba de Carvalho.

Anónimo disse...

Tu, que conheces cada canto antigo da nossa terra, não tenhas medo que te contem entre os "Velho do Restelo".
Tu ainda fizeste parte da orquestra das roçadoiras e dos enxadões e assobiaste nos vales apertados da nossa ribeira, para ouvir o eco e matar a solidão.
Tu comeste o pão amargado em suor.
Triste é ter de sentir a vergonha de um país de mão estendida para sobreviver

Mariita disse...

Memórias: de ontem, de hoje e de amanhã. Felizes de nós que ainda temos quem as conte e registe para a posteridade.

Anónimo disse...

Estamos em tempo de crise(dizem que alguns não lhes pertence este termo) pelo que somos chamados/convocados para a ultrapassar.
Se houver iniciativa,trabalho e organização de alguém, pode arranjar um rebanho de cabras e projectar o queijo "corno" além "fronteiras".
O que falta às nossas gentes é não ter medo do futuro e deixarem-se de lamúrias.Os mais novos precisam de exemplos produtivos.

famel disse...

Tal e qual "exemplos produtivos" e menos "lamurias". Não diria melhor.
Aos mais jovens só se lhes diz que em tempos é que o Sobral era bom, que eles é que sabiam viver e acontecer... Mas esquecem-se que se podem comparar, mas não qualificar gerações pois os tempos não são os mesmos.
Agora também vos digo que a meu ver o queijo corno, pelo contexto morfologico das nossas terras, só daria para produzir para alem fronteiras se fosse atraves de uma cooperativa!
Mas isso acho muito pouco provavel acontecer, porque se há coisa em que os grandes e bons sobralenses saudosistas foram eximios (e desculpem-me o desabafo), foi em deixar por cá uma coisa chamada inveja...

Anónimo disse...

Bom dia Famel.
Quero acrescentar que cada indivíduo/pessoa deve criar o seu espaço e andar para a frente porque a inveja é um mal muito português.
Quando escrevi "fronteiras" queria apenas sugerir uma iniciativa local e que originasse outra e mais outra...porque é com o fermento que se leveda a massa.
O ciclo do Império acabou há 37 anos,ultimamente esgotaram-se os dinheiros da União Europeia e resta-nos o País que precisamos desenvolver para deixarmos mais pão aos nossos filhos.
Há quem goste de falar em grandezas,mas é nas pequenas iniciativas que estão as futuras empresas.
O passo ,muitas vezes é passar da ideia à concretização.
Boas notícias.

famel disse...

Infelizmente é a parte mais complicada, pode parecer q as nossas ideias são descabidas, mas se houver coragem depois podem colher-se bons frutos!
Também espero que seja atraves dos nossos recursos que nos safemos...