quarta-feira, janeiro 09, 2013


 Olhemos para 2013 com atenção...

4 comentários:

Anónimo disse...

Apenas fez olhinhos à fotografia.

Anónimo disse...

O que estará a pensar este gato?
Será que está com dúvidas sobre o que vai ser o ano de 2013? A famel pede para olharmos com atenção... Não se pode fazer outra coisa!... Atenção e muito cuidado ...

Cuidado

Se os passos movo, que faço?
Ando quanto tenho andado:
Em que circulo penoso
Me fazes lidar, Cuidado?

Deixa-me ir por outra estrada,
Ver se alguma paz alcanço;
Não me invejes inquieto
Um momento de descanso.

Não sei se devo fugir-te,
Se entregar-me sem defesa:
Cuidado, fatal Cuidado,
Põe termo a tanta incerteza.

Se me não deixas, tirano,
Ser feliz, como preciso;
Se me estragas a ventura,
Sequer, poupa-me o juízo.


Beijinhos
Maria Ideias

Anónimo disse...

DE ANTÓNIO GEDEÃO, COM TODA A PROPRIEDADE:

Quem há-de abrir a porta ao gato
quando eu morrer?

Sempre que pode
foge prà rua
cheira o passeio
e volta pra trás,
mas ao defrontar-se com a porta fechada
(pobre do gato!)
mia com raiva desesperada.

Deixo-o sofrer
que o sofrimento tem sua paga, e ele bem sabe.
Quando abro a porta corre para mim
como acorre a mulher aos braços do amante.
Pego ao colo e acaricio-o
num gesto lento,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele olha-me e sorri, com os bigodes eróticos,
olhos semi-cerrados, em êxtase,
ronronando.

Repito a festa,vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele aperta as maxilas,
cerra os olhos,
abre as narinas, e rosna,
rosna deliquescente,abraça-me e adormece.

Eu não tenho gato, mas se o tivesse
quem lhe abriria a porta quando eu morresse?

Anónimo disse...

E outro, não menos apropriado, de Ferando Pessoa:

Fernando Pessoa



Gato que brincas na rua

Como se fosse na ama,

Invejo a sorte que é tu

Porque nem sorte se chama.



Bom servo das leis fatais

Que regem pedras e gentes,

Que tens instintos gerais

E sentes só o que sentes.



Gato que brincas na rua



Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.