Por juntar granito e xisto esta casa, me parece, fica na fronteira entre um e outro, talvez entre o Tortosendo e a Erada. Os pedreiros do Sobral alargavam mais as paredes e não amontoavam pedras. Nenhum pedreiro do Sobral faria o que ali está. Como é notório, é uma casa construída e reconstruída ao longo do tempo, em dado momento, um dono adquiriu ou apoderou-se de pedras de granito que aplicou ali sem tino numa bagunça sem ordem como ás vezes é a vida. É uma casa sem mestria, caro Virgílio. Sequer supor que foi feita por um pedreiro do Sobral é ofensa aos nossos mestres já aqui citados e que sabiam onde pôr uma pedra só com o olhar.
Aquelas pedras de granito podem provir, não sabemos como, de alguma antiga igreja, ermida ou antiga ponte e foram ali aplicadas sem tino. Ourondo, não acredito, talvez ourondinho. O virgílio que premeie quem acertar e respeite mais os pedreiros do Sobral, se não mando-lhe daqui uma pedrada virtual.
Para mim é uma ruina que pode estar numa qualquer Freguesia a Sul da Estrela. Onde está o tijolo seria a porta para a loja ou para o curral do porco. E porquê construida por pedreiros do Sobral? Todos sabemos que havia excelentes pedreiros em todas as Aldeias e conheci alguns que vinham de São Vicente da Beira (Partida e Paradanta)e eram exímios a trabalhar o xisto.
O meu comentário apenas serviu para fazer o teste e ver se alguém se manifestava. Pelo vistos nota-se que o nosso blog ainda mexe. A casa(ruína)está no Ourondo perto do largo do cruzeiro à saída p/ Silvares,que seria visível através da janela "azul",se eu não me tivesse abaixado ao fazer a foto.Parece-me que aquelas pedras dos peitoris, ombreiras e pavieiras(linteis) não são de granito mas des xisto também. Porém, na parede lateral esq.(que não se vê na foto)há muitos rebolos da ribeira do Paúl. Quanto aos nossos pedreiros,bem me lembro de ver e apreciar alguns deles a exercer a sua arte em muitas casas que vi nascer no Sobral.Bem como do pessoal das messeiras a arrancar as pedras que as mulheres acartavam à cabeça e das amassadeiras do barro. Saudações a todos.
Bem que eu procurei os ditos rebolos e não teria errado na localização. Se eu fosse um literato, ainda teria visto ali uma menina de olhos verdes e faria um romance. Continuo, porém, a afirmar que o e-mail está quase morto porque acredito que os anónimos que aqui colaboram são apenas dois ou três que se repetem e gente com nome praticamente não colabora.
Onde dizia e-mail queria dizer Blogue. Há pouca criatividade no Sobral. No geral, atiramos umas bocas uns aos outros na tradição antiga que confundia conversar com ralhar. Muito raramente alguém se exalta por nada. De facto, os contribuidores que aqui colocam alguma coisa vivem longe e têm dificuldade de contribuir com coisas de facto interessantes. Ou então ainda têm medo das palavras. Se eu tivesse talento para ter um Bloque pelo menos faria uma crónica semanal política para não ter que aturar o Marcelo, uma crónica futebolística para não ter que aturar o Rui Santos e uma crónica cultural para ensinar a Canavilhas, que já se foi.
O contador do blogue marca, em 5 anos, mais de 260.000 visitas. Contas por alto, em termos médio, isso representa cerca de 150 visitas por dia... Para um blogue «aldeão», mantido por carolice e para dar a conhecer, fundamentalmente, o que se vai passando no Sobral, acham pouco? Ou querem transformar insto numa tribuna para «perorações» daquelas que nos massacram os ouvidos e os olhos em tudo quanto é «media»? A nossa terra não tem jornal há não sei quantas décadas. Nos jornais regionais é em regra esquecida. Valha-nos o blogue: se outras novas não há, sabemos ao menos que há patos na ribeira, por baixo da ponte (a propósito, ainda subsistem?, que os que se atrevem podem subir a serra, com ou sem saltos altos, e que os seniores têm direito a uma sardinhada... Poderia viver sem o blogue? Poder, podia. Mas não era a mesma coisa... Vós, que o assegurais, não o deixeis morrer! Os que estão longe, saudam-vos! Manuel Faustino
Podemos tambem usar a foto para fazer pedagogia e aprender alguma coisa. Se reparares, as telhas estão arrumadinhas em cima da parede. Por baixo das telhas foi recentemente feito um "respalde" com argamassa de cimento com o objectivo de evitar a infiltração de águas nas paredes que as levariam à ruina em dois ou três invernos. Temos algumas casas no Sobral que necessitam urgentemente duma operação deste genero. Que fique o exemplo.
O mesmo anónimo das 10:04 de 17/6/11 que acertou na localização.
Como a foto merece mais uns coments, eu acho que a porta da direita de 1,60 m de altura subia para os sobrados e à esquerda os tijolos estão no lugar onde haveria um porta mais baixa ainda (com pavieira de madeira ou pedra?) a dar acesso à loja das arcas do milho e dos potes de azeite. A pequena altura da porta seria também para impedir que os cavalos dos vândalos fossem comer as arcas do milho como se conta no sobraldo tempo do João Brandão?
Interessante a tua foto Virgílio e a ideia que a ela esteve ligada. Quantas casas há no Sobral, assim em ruínas, para fotografar... Casas que contam histórias em cada pedra, em cada janela e em cada balcão. É um exercício a fazer.
Ao anónimo que sente o blogue morto e com falta de gente com "nome" (seja lá o que isso for)... já que não quer fazer blogue próprio, mande então os assuntos interessantes da terra para qualquer um dos contributores e prestará assim um bem inestimável a todos os que aqui nos visitam. Antecipadamente bem-haja!
Voltei aqui e notei o comentário da Mariita. Também me parece que a chicotada psicológica resultou como é evidente a jusante. Se tiver coisa digna de nota enviá-la-ei sem querer perder o anonimato como todos já notaram responsável.
Esta casa "era uma vez" me lembra uma canção infantil brasileira de autoria do poeta e diplomata Vinicius de Morais. A letra diz que.... Era uma casa muito engraçada não tinha teto não tinha nada ninguém podia entrar nela não porque na casa não tinha chão ninguém podia dormir na rede porque na casa não tinha parede ninguém podia fazer xixi porque pinico não tinha ali Era uma casa muito engraçada não tinha teto não tinha nada ninguém podia entrar nela não porque na casa não tinha chão ninguém podia dormir na rede porque na casa não tinha parede ninguém podia fazer xixi porque pinico não tinha ali Mas era feita com muito esmero na rua dos bobos número zero Mas era feita com muito esmero na rua dos bobos número zero Sim era feita com muito esmero....como esta também já foi...
18 comentários:
A casa não é no Sobral, mas a pedra e o pedreiro que a fez,talvez!
Por juntar granito e xisto esta casa, me parece, fica na fronteira entre um e outro, talvez entre o Tortosendo e a Erada. Os pedreiros do Sobral alargavam mais as paredes e não amontoavam pedras. Nenhum pedreiro do Sobral faria o que ali está. Como é notório, é uma casa construída e reconstruída ao longo do tempo, em dado momento, um dono adquiriu ou apoderou-se de pedras de granito que aplicou ali sem tino numa bagunça sem ordem como ás vezes é a vida. É uma casa sem mestria, caro Virgílio. Sequer supor que foi feita por um pedreiro do Sobral é ofensa aos nossos mestres já aqui citados e que sabiam onde pôr uma pedra só com o olhar.
Isto deve ser Ourondo...
Anonimo disse.
Situa-se numa aldeia onde predomina o xisto.O granito veio de fora.
17/06/2011
Aquelas pedras de granito podem provir, não sabemos como, de alguma antiga igreja, ermida ou antiga ponte e foram ali aplicadas sem tino. Ourondo, não acredito, talvez ourondinho. O virgílio que premeie quem acertar e respeite mais os pedreiros do Sobral, se não mando-lhe daqui uma pedrada virtual.
O q vale é q as pedradas vistuais n magoam :)
Resolvi o mistério. Aquela janela era a porta e a pedra que a fez janela era a pedra do balcão.
Para mim é uma ruina que pode estar numa qualquer Freguesia a Sul da Estrela. Onde está o tijolo seria a porta para a loja ou para o curral do porco. E porquê construida por pedreiros do Sobral? Todos sabemos que havia excelentes pedreiros em todas as Aldeias e conheci alguns que vinham de São Vicente da Beira (Partida e Paradanta)e eram exímios a trabalhar o xisto.
O meu comentário apenas serviu para fazer o teste e ver se alguém se manifestava.
Pelo vistos nota-se que o nosso blog ainda mexe.
A casa(ruína)está no Ourondo perto do largo do cruzeiro à saída p/ Silvares,que seria visível através da janela "azul",se eu não me tivesse abaixado ao fazer a foto.Parece-me que aquelas pedras dos peitoris, ombreiras e pavieiras(linteis) não são de granito mas des xisto também. Porém, na parede lateral esq.(que não se vê na foto)há muitos rebolos da ribeira do Paúl.
Quanto aos nossos pedreiros,bem me lembro de ver e apreciar alguns deles a exercer a sua arte em muitas casas que vi nascer no Sobral.Bem como do pessoal das messeiras a arrancar as pedras que as mulheres acartavam à cabeça e das amassadeiras do barro.
Saudações a todos.
Bem que eu procurei os ditos rebolos e não teria errado na localização. Se eu fosse um literato, ainda teria visto ali uma menina de olhos verdes e faria um romance. Continuo, porém, a afirmar que o e-mail está quase morto porque acredito que os anónimos que aqui colaboram são apenas dois ou três que se repetem e gente com nome praticamente não colabora.
Onde dizia e-mail queria dizer Blogue. Há pouca criatividade no Sobral. No geral, atiramos umas bocas uns aos outros na tradição antiga que confundia conversar com ralhar. Muito raramente alguém se exalta por nada. De facto, os contribuidores que aqui colocam alguma coisa vivem longe e têm dificuldade de contribuir com coisas de facto interessantes. Ou então ainda têm medo das palavras. Se eu tivesse talento para ter um Bloque pelo menos faria uma crónica semanal política para não ter que aturar o Marcelo, uma crónica futebolística para não ter que aturar o Rui Santos e uma crónica cultural para ensinar a Canavilhas, que já se foi.
O contador do blogue marca, em 5 anos, mais de 260.000 visitas. Contas por alto, em termos médio, isso representa cerca de 150 visitas por dia... Para um blogue «aldeão», mantido por carolice e para dar a conhecer, fundamentalmente, o que se vai passando no Sobral, acham pouco? Ou querem transformar insto numa tribuna para «perorações» daquelas que nos massacram os ouvidos e os olhos em tudo quanto é «media»? A nossa terra não tem jornal há não sei quantas décadas. Nos jornais regionais é em regra esquecida. Valha-nos o blogue: se outras novas não há, sabemos ao menos que há patos na ribeira, por baixo da ponte (a propósito, ainda subsistem?, que os que se atrevem podem subir a serra, com ou sem saltos altos, e que os seniores têm direito a uma sardinhada... Poderia viver sem o blogue? Poder, podia. Mas não era a mesma coisa... Vós, que o assegurais, não o deixeis morrer! Os que estão longe, saudam-vos!
Manuel Faustino
Caro Virgilio
Podemos tambem usar a foto para fazer pedagogia e aprender alguma coisa. Se reparares, as telhas estão arrumadinhas em cima da parede. Por baixo das telhas foi recentemente feito um "respalde" com argamassa de cimento com o objectivo de evitar a infiltração de águas nas paredes que as levariam à ruina em dois ou três invernos.
Temos algumas casas no Sobral que necessitam urgentemente duma operação deste genero. Que fique o exemplo.
O mesmo anónimo das 10:04 de 17/6/11 que acertou na localização.
Como a foto merece mais uns coments, eu acho que a porta da direita de 1,60 m de altura subia para os sobrados e à esquerda os tijolos estão no lugar onde haveria um porta mais baixa ainda (com pavieira de madeira ou pedra?) a dar acesso à loja das arcas do milho e dos potes de azeite.
A pequena altura da porta seria também para impedir que os cavalos dos vândalos fossem comer as arcas do milho como se conta no sobraldo tempo do João Brandão?
Sobral.
Interessante a tua foto Virgílio e a ideia que a ela esteve ligada. Quantas casas há no Sobral, assim em ruínas, para fotografar...
Casas que contam histórias em cada pedra, em cada janela e em cada balcão. É um exercício a fazer.
Ao anónimo que sente o blogue morto e com falta de gente com "nome" (seja lá o que isso for)... já que não quer fazer blogue próprio, mande então os assuntos interessantes da terra para qualquer um dos contributores e prestará assim um bem inestimável a todos os que aqui nos visitam. Antecipadamente bem-haja!
Voltei aqui e notei o comentário da Mariita. Também me parece que a chicotada psicológica resultou como é evidente a jusante. Se tiver coisa digna de nota enviá-la-ei sem querer perder o anonimato como todos já notaram responsável.
Esta casa "era uma vez" me lembra uma canção infantil brasileira de autoria do poeta e diplomata Vinicius de Morais.
A letra diz que....
Era uma casa muito engraçada
não tinha teto não tinha nada
ninguém podia entrar nela não
porque na casa não tinha chão
ninguém podia dormir na rede
porque na casa não tinha parede
ninguém podia fazer xixi
porque pinico não tinha ali
Era uma casa muito engraçada
não tinha teto não tinha nada
ninguém podia entrar nela não
porque na casa não tinha chão
ninguém podia dormir na rede
porque na casa não tinha parede
ninguém podia fazer xixi
porque pinico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
na rua dos bobos número zero
Mas era feita com muito esmero
na rua dos bobos número zero
Sim era feita com muito esmero....como esta também já foi...
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