sábado, dezembro 31, 2011

Bom tempo


Já havia alguns anos que não fazia um tempo igual na semana de natal aproveitei para dar um passeio muito agradável



Uma bela vista do Sobral



As cascadas dos vales dos tortos e um barranco para fazer




As únicas nuvens que vi com uma forma muito estranha como eram as únicas penso que houve mais alguém as viu


há trinta anos a traz quem e que pensava ver paisagem igual

20 comentários:

Saturno disse...

Desejo um bom ano a todas e a todos

Anónimo disse...

Caro Saturno,
Terra verde e céu azul.
Impressionante! Sem ironia, um certo talento da tua parte mostrou-nos ao longe o cabeço do Gondufo ou da da "Anave", um monstro pré-histórico dorminhoco reconciliado com o céu. Pela tardinha, um OVNI que chega e deixa, na manhã seguinte, coroada a cordilheira que nos cerca com as torres eólicas do retirado Sócrates e agora dos chineses das Três Gargantas ou "goelas". Finalmente, urzes e mais urzes e um povo em retirada a ver cair, em barrancos, as paredes dos socalcos que os antepassados construíram com tanto empenho e paciência que custa a acreditar ao ver. Em dada parte, de um livro intitulado "Económico", diz Xenofonte, só há riqueza quando o homem tem capacidade de descobri-la e utilizá-la em seu benefício. Seremos nós capazes de descobrir riqueza aqui e utilizá-la em nosso benefício? Este é um desafio que eu deixo às novas gerações na primeira manhã de 2012.
asp

Anónimo disse...

Estou plenamente de acordo com o ASP.
A realidade é muito diferente daquilo que,supostamente,nos ditam os homens da economia global.Mas o novo paradigma,para que seja sustentável,deverá começar na terra..nas fontes que conduzam à criação de riqueza de forma ordenada/organizada e muito pensada/estudada.
A pressa de realizar a qualquer preço no após guerra ,resultou naquilo que está à vista-uma sociedade do desperdício.
Há,contudo,novas formas de criar riqueza mais naturais e amigas do ambiente.Mas é necessário arrumar uma boa ideia e começar a construí-la...e muita coragem.
fs

Anónimo disse...

O mundo é mesmo uma realidade cada vez complexa e a economia global, muito difícil de entender. A nossa faina antiga, de uma leira de terra, um fio de água e um rio de suor, terminou. Agora parece tudo em grande e nada é nosso. Os que nos vendem o pão e até a água sedearam as empresas na Holanda. O nosso vento foi vendido aos chineses. O Benfica não tem portugueses no Plantel e eu que sou Sportinguista, também gosto do Real Madrid e do Manchester.
asp

Anónimo disse...

Digo "cada vez mais"

Anónimo disse...

Do Zeca Afonso:

Adeus oh Serra da Lapa
Adeus que te vou deixar
Oh minha terra, oh minha enxada
Não faço gosto em voltar
...

As fotografias recordaram-me esta canção.
Não é a Serra da lapa, é certo. Mas foi na terra que fica bem no fundo da Serra do Açor que muitos deixaram as enxadas (ou enxadões) e demais ferramentas com que cultivaram a pouca terra que tornaram arável construindo paredes que agora estão a ruir.
Alguns regressarão. Mas a maior parte, não quer ou não pode voltar à vida anterior.
Foi o espaço tomado por outros agentes. No caso, as empresas de energia eólica.
Apesar das boas intenções, não se vê de que modo se podem cativar as novas gerações para uma actividade de mera subsistência, ainda assim com elevados níveis de dificuldades.
Pois se até a escola fechou ...
Tão pouco o turismo parece solução para aldeias como esta. É que turismo exige empresas turísticas, seja de restauração, seja de alojamento, seja de outras actividades.

Anónimo disse...

O anónimo anterior atinou no que disse com o "Económico" de Xenofonte, não se pode lançar uma actividade de que não saibamos os segredos do ofício ou que nos traga prejuízo. Obviamente, chega de rios de suor apenas para repor de imediato a água perdida com um copo de mau vinho ou uma côdea disfarçada com queijo rijo, dito "corno". Todavia, por vezes há ideias luminosas e gente generosa com talento e capacidade empreendedora e deve-se sempre deixar a porta aberta ao futuro. De facto, o mundo abriu as portas, o dinheiro desloca-se à velocidade da luz e os homens a 1000 KM à hora. Mas que podemos nós pensar disto se para ir de autocarro do Sobral à Covilhã demoramos mais de uma hora, se algumas redes de telemóvel como a minha vodafone ainda não chega ao Sobral, e os sinais de rádio e tv ainda nos deixam às riscas.
asp

virgilio neves disse...

Quer dizer que o Saturno foi tomar a bica no Ginjas e depois foi ribeira acima fazer a digestão? Na 5ª foto,tirada no Cabeço Sobral(descida p/o barroco da Risca)vê-se ao centro o morro/cabeço da Selada,onde,segundo a lenda,ainda continuam enterrados potes de ouro(será em moedas ou barras?) do tempo do ALIBÁBÁ.
A 1ª foto,foi tirada da ponte/pontão que não existia nos dias que eu por aí andei e junto ao Chão do avô do fotógrafo-Saturno.Aí,o Ribeiro salta do leito estreito,funde-se com o barroco da Risca e dão origem à Ribeira do Sobral,embora esse nome já lhe seja dado 400 metros mais acima quando se juntam os barrocos do Vale das Vacas e Cabrieira.
Foi nesse exacto local,limpando o suor,gozando uma sombra e banhando os pés,que na tarde abafada do fim de verão/início de outono de 1967 derramei muitas lágrimas de tristeza que bem poderiam ser de contentamento se ao contrário do sucedido me tivessem dito que eu poderia continuar mais 2 anos na escola primária.
Afinal a 6ª classe era só para quem não tivesse concluído a 4ª nesse ano.Palmilhei esses caminhos(munca direi tormentos) mais quatro invernos,mas na primavera seguinte tomei outro rumo e encontrei de novo o banco das escolas.Não alombei mais as sacas de milho e batatas nem os canastros das uvas,mas carreguei pastas de livros.E então pagando do meu bolso num só ano comprei 27.
Nunca me arrependi e muito neste blog aprendi.

virgilio neves disse...

ONDE DISSE RIBEIRA DO SOBRAL,DIGO RIBEIRA DA CABRIEIRA,POIS,PARA MIM AQUELA SÓ COMEÇA NA LAGE,QUANDO SE JUNTA AO BARROCA DE CARVALHO.

Anónimo disse...

Eu conheço melhor as nossas ribeiras a jusante do Sobral. Os meus pais tinham dois bocados no Carvalho, um deles na Malhada Verde, que posteriormente vendeu e deixei de ir até ao Carvalho, tinha os meus quinze para dezasseis anos. Ainda tenho um pedaço de fragas no Vale das Vacas, onde fui uma última vez com o meu pai, mas que conheço melhor pelo caminho que vem a ter às Vergadas. Ali, há alguma magestade na paisagem.
Eu fico muito contente por saber que nos caminhos do Sobral acontece com alguma frequência um milagre de boa conversão como a de S. Paulo na estrada para Damasco. Todavia, o que mais admiro é a boa memória dos convertidos, afinal como eu, que nunca esquecem os espaços do terrunho original.
asp

Anónimo disse...

A designação de cursos de água ou linhas de água,normalmente,obedecem a nomes na origem por proximidade de povoados,acidentes de relevo importantes ou zonas agrícolas e que o Virgílio Neves descreve muito bem.
Mas nem sempre assim é.Por exemplo,a ribeira do Porsim devia ser do Sobral.
Outro exemplo marcante refere-se ao RIO ALVA.Já discuti isto com geógrafos,alguns colegas e até pedi uma explicação ao prof.jubilado Mendes Ferrão do I.S.Agronomia porque ,neste caso,a designação correcta seria RIO ALVOCO já que a ribeira de Alvoco da Serra nasce próximo da Torre(Serra da Estrela)e o Rio Alva como conhecemos ,nasce na Lagoa Comprida e que ,actualmente ,
se transformou numa barragem por acção humana.
FS

Anónimo disse...

A Serra do Açor, com as eólicas espetadas onde só havia (e há) mato rasteiro, traz-me à memória o seguinte poema de António Gedeão.


Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!

Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!

AAG

Anónimo disse...

O prof.Rómulo de Carvalho também conhecido por "António Gedeão", além de ser o pai da ciência portuguesa moderna e seu grande referencial,foi um grande pedagogo.
Há um livro feito por ele, sobre a História de Portugal para os pequeninos e de uma beleza extraordinária que serviu de apoio ao ensino dos seus filhos.
Também a sua veia poética era deslumbrante e profícua como o exemplo anterior apresentado pelo AAG.
FS

famel disse...

Este tempo já me enjoa... quero chuva ou neve!!! Tenho sorte de não sofrer de alergias, pois parece que anda tudo "atacado"!!! Gosto do frio, gosto muito, muito do frio e adoro os geadais, sair de manhã cedo e sentir os graus negativos!! Mas odeio em pleno Inverno sair à rua à tarde e sentir um bafo quente, olhar para o termómetro e ver 16 graus??? Mas o que é isto minha gente???? Estamos em Janeiro!!!! Não é suposto existir esta amplitude térmica no primeiro mês do ano... estou triste, quero um Inverno normal!

Anónimo disse...

Boa tarde Famel.O tempo prega-nos estas partidas que vão sendo cada vez mais frequentes ,ora de chuvas abundantes ora de secura prolongada e os homens da ciência nem sempre estão de acordo sobre este tema.O nosso amigo ASP concordará ,com certeza,que a nossa expansão para o norte de África na procura de cereais para alimentação da população portuguesa se deveu em parte, à sua insuficiência no nosso território.
Concluindo: o problema não é de agora,trata-se de aspectos do clima de influência mediterrânica conjugadas com as alterações climáticas provocadas pelo homem.

Anónimo disse...

Corrijo"conjugados".
fs

Anónimo disse...

Amigo FS,
Não tenho tido oportunidade de comentar a ideia da ida a África por causa de pão. Em termos gerais, sim. Os homens sempre se movimentaram na procura mais fácil de satisfazer as suas necessidades primordiais, mas, em pormenor, poderemos ir mais além: ao Norte de África, chegava o ouro que vinha da Costa da Mina através de cravanas; depois, o proselitismo religioso, a procura de almas para o credo cristão, sempre justificou movimentos e conquistas, lembrem-se as cruzadas e a Reconquista, etc., mas não devemos esquecer a vontade de os monarcas portugueses quererem ser imperadores, logo estender domínio a outros potentados, ainda, a importância crescente das burguesias mercantis portuguesas actuantes nos portos portugueses, que querem estender rotas desde o mar do Norte ao Mediterrâneo e a potenciais entrepostos atlânticos, ainda as pescarias abundantes da costa marroquina, depois a procura constante mítica de encontrar o Paraíso Terreal. Terra e pão havia aqui na "Praia Lusitana" desta formidável "Jangada de Pedra" que é a Península. Afinal, ao tempo, os portugueses não ultrapassavam os 700 000.

Anónimo disse...

digo caravanas.
asp

Mariita disse...

A fotos são muito bonitas!

No Natal, adorei este céu tão azul, que é impossível haver outro igual.

Anónimo disse...

Eu lembro bem o céu da Guarda, do tempo frio e seco, um pouco parecido com o nosso mas de mais amplo horizonte e o dos Açores, quase sem nuvens, mais azul do que o nosso. Do nosso céu, lembro sobretudo, o das noites de Verão, dos tempos em que ainda não havia energia eléctrica, ainda criança.Esse, de facto, mostrava-me o universo inteiro e não tinha rival.
asp