terça-feira, maio 31, 2011

O xisto

O xisto onde não nos cansamos de o ver...





Foto de Maria dos Santos Braz

15 comentários:

Anónimo disse...

E se houvera pelo menos uma criança a correr nesta rua e aos domingos, à tarde, tocasse uma sanfona ou um acordeão e uns ferrinhos e houvesse uma dança e jovens inquietos resolvessem amar-se e à janelas se respirasse vida e coscuvilhasse e dissese que eles fizeram coisas, então eu gritaria aqui; - NO SOBRAL HÁ VIDA. Assim, só há pedras, mesmo que sejam de xisto e memórias que são sempre tristes porque quase todos partiram e outros se foram desta para a outra vida, mesmo quem mecontou tantas histórias de tempos felizes.

Anónimo disse...

Parabens ao Fotografo. Está espetacular. Nem um traço de reboco.
E quanto às memórias, que refere o anónimo anterior, penso que nem sempre serão tristes, pois os que partiram tambem nos deixaram muitas memórias felizes. E são essas memórias que fazem de nós aquilo que cada um é por dentro.

Anónimo disse...

Caro amigo anónimo: as memórias dos tempos felizes é que nos deixam tristes. Mesmo que o tempo presente seja feliz, não é tão feliz, porque já não temos os tempos felizes de outrora. Nestas pedras, há passado, mas pouca perspectiva de futuro.

Mariita disse...

Um dos meus recantos favoritos, que em breve será animado pelas crianças e jovens que, contra ventos e marés, teimam em visitar a terra dos pais, avós ou bisavós.

Anónimo disse...

E que assim seja
mesmo que a casa maior já não seja a escola,
mas a casa dos idosos.
mesmo que já não haja um arco ou um pião
e não se brinque às escondidas
e não haja danças de roda.
Que haja pelo menos avós, e tios e a sua espera não seja em vão por mais um ano.

Anónimo disse...

Já todos viram, mas ninguém notou em texto aquelas rosas trepadeiras.
Há muitas e formosas no Sobral.
Chegaram dos quatro cantos do mundo e fizeram da nossa aldeia um jardim.
Que haja em cada canto uma roseira e em cada beiral um ninho de pardais,
e não permitam a caça aos melros.
Vergonhosamente, a reserva de caça municipal começa junto às habitações.
Façam do Sobral um bocado do paraíso.

famel disse...

E quem é que diz que a felicidade de outrora é a felicidade que os de hoje querem para si?
Tempos diferente fazem gerações diferentes e isso não pode levar à presunção de pensar que as pessoas de hoje querem ser como as de há alguns anos atrás.
Temos que ser capazes de aceitar essas diferenças e conseguir viver com elas...

O blogue é um excelente exemplo disso. Quando criado prentendia-se com esta nova utilidade (tão apreciada pelos jovens cibernautas) captar a atenção e fomentar a actividade dos mais jovens sobralenses neste espaço, contudo foram os mais velhos e que até nem residem no Sobral que aderiram à ideia. Há que aceitar!!

Anónimo disse...

´Sim há que aceitar as diferenças.
Tirem dessas diferenças, o bom exemplo, as boas maneiras,a boa educação, o saber estar, saber ser,essas diferenças cabem em qualquer um de nós, se as sobermos aceitar. O respeito pelos outros. Força jovens do Sobral, continuem a construcão
..............

Anónimo disse...

Há que aceitar como quem faz um favor? Se for assim eu que já entrei, decerto, no último terço da vida, não mais intervirei ainda que anónimo aqui. E pouca falta farei dirá algum mais truculento.
Estimada Famel, no tempo, a felicidade acontece nos momentos de esquecimento da realidade triste e da feliz de outro tempo e do mesmo tempo, é que a felicidade para o ser completa sê-lo-á apenas fora do tempo, eu assim acredito. Obviamente ninguém pode impor a sua crença a ninguém. O acto de adesão é um acto plenamente indidual. Os mais jovens hão-de aderir, mas não sabia desse objectivo inicial do Blogue. Pois que Deus abençoe os mais jovens e eles que apareçam cheios de ideias e com boas palavras.

Mina disse...

Este recanto bonito,trás à nossa memória lembranças que dificilmente voltarão a repetir-se, pois era ali que noutros tempos nos juntávamos e nos divertíamos nos bailaricos, principalmente pelos Santos populares, datas que se aproximam. Felizmente que a fonte da água fresca, ainda lá permanece. Recordo esses bailaricos a toque de concertina ou realejo e ainda os grupos que participavam, era gente jovem e menos jovens que nos presenteava com as desgarradas engraçadas e divertidas. Temos que nos organizar e voltar a dar vida a este e outros recantos do nosso Sobral. " Na festa dos meus 50 anos, eu e os meus amigos da mesma idade corremos o povo a toque de concertina, bombos e ferrinhos e fomos para a ponte bailar". Esperamos repetir nos sessenta anos......

Anónimo disse...

Grande Mina, que me percebeu e que trouxe à memória um rito com centenas de anos e se está a perder na sua dimensão de espaço aberto. Já que o espaço fechado da discoteca substituiu o espaço aberto do terreiro das danças de roda que vêm do princípio dos tempos.

sobralfilho disse...

Vale mais tarde do que nunca... Eu que estava na aldeia e não via as casas...
Fiquei a saber agora, que este blogue não é para velhos.
Bem, eu já andava desconfiado!

Anónimo disse...

Caro Sobral Filho, o anónimo dos anónimos, tão jovem como tu, e que tanta pancada tem levado neste blogue, por quem tão pouco sabe da nossa terra e da nossa gente, te saúda! Pois, deixa também tu aqui alguma da tua criatividade, que os mais jovens, não têm tido paciência para desenvolvê-la nestes recantos, e, depois, eles são infelizmente tão poucos! Obviamente, são menos do que nós éramos, que crescemos em casas destas cheias de pedra verdadeira com gente a não caber mais!
A.A.

Manuel Faustino disse...

Camões continua a responder a todas as angústias existenciais que os posts anteriores sugerem:

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.


Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.


O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.


E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Assim, o melhor que cada um de nós tem a fazer é continuar, na medida das suas faculdades, a colaborar com esta iniciativa (blogue) que tem a grande virtualidade de pôr o Sobral no espaço do futuro!

Manuel Faustino

Anónimo disse...

Sobre o tema da mudança, não conheço frases mais preciosas do que as de um contemporâneo de Camões e nosso patrício, que pode ter passado no Sobral a caminho de Coimbra, frei Heitor Pinto, que nesta onda de canonizações, acho que merecia pelo menos a beatificação por ser um paixonado pela paz, a única coisa vale a pena viver para sempre:
"Passa tudo com o tempo e passa o mesmo tempo" e "Nenhuma coisa violenta é durável".