domingo, fevereiro 13, 2011

Sobral escondido

Sempre a surpreender-me com o nosso Sobral...
Hoje palmeei muitos trilhos da nossa aldeia. Passei por sitios que desconhecia e fiquei abismada com os sitios magnificos que estão escondidos no meio dos barrocos.

Este foi um deles que surgiu depois de uma subida num caminho cheio de mato e quase abandonado, nada fazia querer que quando chegasse ao fim iria deparar-me com isto!
Alguém reconhece?


19 comentários:

Anónimo disse...

No Sobral, há mil lugares idênticos, Uma nogueira, um alvanel, uma levada, duas oliveiras, degraus empinados, giestas secas, um corgo e veredas, muitas delas a sumirem-se no tempo. Sempre sempre uma fonte, um pequeno riacho e vida, em outros tempos mais intensa.Esta fotografia veio demasiado depressa e deixou os bois sem mais comentários, mais ainda que já não são eles a fazerem aquela curva em chiadeira que se ouvia à distância. O carro de bois, os fueiros, os mesmos bois e uma vintana de ganhões que ainda conheci mereciam outras memórias. Repito aqui as minhas numa vida com muito passado, algum presente e o futuro que Deus me quiser dar.

Anónimo disse...

Versão corrigida:

No Sobral, há mil lugares idênticos: uma nogueira despida, um alvanel escondido, uma levada remendada, duas oliveiras colhidas, degraus empinados, giestas secas, um corgo apertado veredas sumidas. Sempre, sempre uma fonte fria, um pequeno riacho limado e vida, em outros tempos, mais intensa.Esta fotografia veio demasiado depressa e deixou os míticos bois sem mais comentários, mais ainda que já não são eles a fazerem aquela curva em chiadeira que se ouvia à distância. O milenário carro de bois, os esetados fueiros, os mesmos tristes bois e uma vintena de empinados ganhões que ainda conheci mereciam outras memórias. Repito aqui as minhas numa vida cheia, com muito passado, algum presente e o futuro que Deus me quiser dar.

Anónimo disse...

Se quiserem outras versões digam, mas não me chamem nome. Mesmo a última corrigida saiu com gralhas. Escrever depresa é o que dá.

Anónimo disse...

Versão em poema

Na minha aldeia,
Há mil lugares assim,
Uma nogueira despida,
Uma figueira perdida
Um alvanel escondido,
Uma levada remendada,
Duas oliveiras colhidas,
Vinte degraus empinados,
Giestas que já floriram.
Em cada vale,
Um corgo apertado
E veredas sumidas.
Sempre, sempre fria
uma fonte escondida.
Aqui e além,
Um pequeno riacho limado
E vida,
Em outros tempos, tão intensa.
Em cada curva,
Em chiadeira milenária,
Um carro de bois e um ganhão,
E nos socalcos, as pastoras
Cantavam um hino á criação.

Constará em livro meu, porventura póstumo, para continuar anónimo.

Anónimo disse...

Como estás, famel?
Como está o teu bebé?
Deixas-me sempre perplexa com aquilo que nos mostras, mas eu não consigo lembrar-me deste caminho!!!Será que podes abrir uma nesga?

Só te posso agradecer com mum poema de Maria Teresa Horta
Bucólia
A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas,
Pelo vento;

De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia nos beirais;

De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha;
Meu pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha

Um beijinho para ti e para o teu bebé

Maria Ideias

Mariita disse...

Ainda que me pareça familiar... há no Sobral tantas pérolas assim, que não é fácil, pelo menos para mim indentificar o local, mas sei que é bonito! Hoje, apetece-me dizer que dava um sítio de eleição para namorar... não fora o vento e a chuva que vai lá fora!
Vou guardar a vontade para dias mais propícios...
Famel, continua as tuas viagens porque nos dás a conhecer maravilhas, obrigado!

Anónimo disse...

Vou tentar adivinhar: "Tarrastal"
A orografia é a da ribeira da "Jastera", onde há mais alguns lugares assim.

famel disse...

É lá perto :)

Anónimo disse...

e na foz giesteira antes de ser arranjada aponte

famel disse...

nop

Anónimo disse...

Se não me engano é nas Malhadas e esse caminho vai para o (Enxedreiro) do Silvino.
Um abraço

Anónimo disse...

Além da homenagem ao ganhão, que na nossa terra evoluíra de rapaz ou moço que ganha à tarefa, para dono de carro de bois que faz carretos, lavras etc., inspirada na fotografia anterior e nos mil caminhos da nossa aldeia, a presente fotografia também pode remeter para a figura do pedreiro. Aqui rendo a minha homenagem a todos os pedreiros que tanta parede deixaram levantada no Sobral como as que se vêem naquela. Hoje, estou pachorrento, um dia em que suba à esfera da poesia, far-lhes-ei também um poema.

Depois de composto o poema acima

famel disse...

Malhadas correcto :)

Anónimo disse...

No Sobral, houve mestres pedreiros de larga fama. Já aqui tem sido citado o ti Zé Pedreiro, mas houve
também o ti Chico Pedreiro e outros que, não tendo a profissão no nome, o foram como eles e deixaram paredes desde o Porsim à ao Pobreiro, ao Vale das Vacas, à Cabrieira, ao Carvalho, às Malhadas e ao cimo do Cadaval: o ti Zé Hermínio e o ti António e o ti Gaspar, que ainda o é. Cada parede por eles feita devia ter uma placa com o seu nome.

Anónimo disse...

nao esquecendo o ti chico rito o ti andre o ti padre antonio tambem eram pessoas das paredes

outro anónimo disse...

Nas malhadas de quem Famel? Mais parece na Barroquinha do ti Américo do Ribeirinho,avô do Victor, caminho que depois segue para o Tarrastal e Malhadas.

famel disse...

É nas Malhadas do sr. Silvino e se seguirmos o caminho vamos dar ao Enxedreiro.
Para aqui chegarmos passamos sim pela barroquinha onde andava o Vitor a podar; mais à frente o Tó e a Adélia andavam a plantar couves e mais à frente a D. Leontina trazia as cabras a pastar.

Depois começamos a subir e passamos por muitos terrenos cheios de silvas, o caminho estava cheio de mato e eu pensava que a partir dali só ía piorar... e eis que um pouco mais acima fizemos a curva e............................... chegamos a este lugar magnifico :) sem silvas, sem mato no caminho, com paredes perfeitamente esculpidas, uma calçada espectacular e um barroco de água fresca.
Barroco acima estendem-se verdes terrenos de altivas paredes, com palheiros e azinheiras que parecem querer proteger-nos!!!!

Outro anónimo disse...

Olha Famel, onde a Leontina andava ,se aí passaste ,é aí que começa o Tarrastal, local onde se cruzam o barroco das Malhadas e da Enxarosa.Se seguiste para a direita foste ter à Enxarosa do Silvino,terrenos que comprou ao Laurentino(Labardo);se subiste à tua esquerda seguiste em direção às Malhadas. Os primeiros terrenos das Malhadas eram do avô do Filipe e da Célia (por alcunha Ti Padre António).

famel disse...

Troquei o nome queria dizer "Enxeirosa" e não "Enxedreiro".