domingo, novembro 30, 2008
Que frio
sábado, novembro 29, 2008
Mais fotos da neve
Neve chega ao Sobral
Não é um nevão à moda antiga mas já dá para matar saudades.
sexta-feira, novembro 28, 2008
quarta-feira, novembro 26, 2008
Recordações da minha escola...por mariita
A minha mãe rejubilou! Era menos uma preocupação porque me sabia presa praticamente todo o dia. Assim, depois das canseiras da sua labuta, já não teria de andar à cata de mim, e a gritar pelos estendedouros - Mariita! Mariita! Onde é que tu andas?
Como era próprio dos dias importantes, vesti o vestido dos domingos, de soquetes e sapatos nos pés, laçarotes nas tranças, e munida do material da época: malinha na mão, com a lousa, caderno caneta de aparo, lápis de carvão, lápis de cor e borracha -os livros viriam mais tarde- lá fui eu, toda concha, pela mão da minha mãe, ao encontro do saber!
Lembro-me que estavam algumas mães, e então crianças… não havia míngua delas! Era uma algazarra que só acalmou com a chegada das senhoras professoras.
Ai o respeitinho! Mas não era só isso… parecia que as professoras eram seres de outro planeta. A minha admiração era total. Pela maneira como vestiam, calçavam, caminhavam, falavam. Os cabelos cortados, o baton, as unhas compridas e pintadas as meias…- que mais tarde soube se chamavam de vidro e, um dia, atrevidamente fui apalpar as pernas de uma professora para sentir como eram - quem na aldeia andava assim?
Do alto dos meus 7 anos, já adivinhava um mundo diferente do que se vivia por trás daquelas serras e as professoras eram a prova de que esse mundo existia!
Bom, mas nesse primeiro dia do resto da minha vida, As palavras trocadas entre as mães e as professoras, não terão sido muitas, mas… todas terão feito o mesmo que a minha, isto é: recomendar que me castigasse bem sempre que fosse preciso! Lá dizia ela…só se perdem as que caem no chão!
As senhoras professoras levaram isso bastante a sério! Não faltaram as reguadas e algumas verdascadas, com a vara de marmeleiro. Não terei levado mais, porque, a certa altura, na hora da chamada ao quadro -sempre por causa das malfadadas contas, defeito meu e de muitos mais- deslizava de mansinho o mais que pudesse pela carteira abaixo e elas não me viam… ou fingiam não ver?!
Porém, aprender a ler foi sublime e fantástico!
O livro de leitura com os seus contos e poesias. A história de Portugal povoada de grandes feitos. Admiração, ao saber no livro de ciências que tínhamos a falange, falanginha e falangeta, o cúbito e o rádio! E, a dificuldade na aritmética, foi compensada na geografia; com a descoberta de um território continental, insular, e ultramarino, os distritos, os concelhos, os rios e seus afluentes, caminhos de ferro, portos e aeroportos… tudo isto, contribuía cada vez mais para eu imaginar o “meu mundo”, dentro de um outro mundo, que um dia iria conhecer, tinha a certeza disso!
Nunca fui grande coisa para fixar nomes, por isso, que me perdoem as senhoras professoras, mas, para além dos castigos que a da 1ª. e 2ª. Classe me infligiu -certamente alguns com razão por eu não aprender como ela queria, recordo que tocava muito bem acordeão e foi mestra a ensinar o hino nacional e o hino da mocidade portuguesa, porque era obrigatório na época!
A da 3ª. Classe, é a que recordo com mais saudade, pela ternura e delicadeza com que falava, pelas cantigas que ensinava (cantei-as aos meus filhos e estou a canta-las ao meu neto) os passeios que organizava pelos campos, onde nos ajudava a descobrir as belezas da natureza em que nem sequer reparávamos. Nunca me bateu, e foi com ela que aprendi a gostar mais um bocadinho de resolver problemas e fazer contas. Sem dúvida uma grande mestra!
Da 4ª. Classe, pouco tempo tive para a apreciar, ou ela a mim… mas não gostei da forma como me passou a tratar, quando descobriu que em breve eu iria embora para Africa. Nunca percebi essa embirração, quando ainda por cima, eu, e a minha amiga Lucinda, quais voluntárias empenhadas, todos os dias lhe ajudávamos a levar o bebé, mais sacos, saquetas e livros. Ela morava no Barreiro, porque na altura, a casa junto à escola que era para as professoras, estava a ser arranjada.
Nunca tendo sido directamente meu professor, porque não tenho ideia, de que naquele tempo desse aulas a raparigas, não esqueço o sr. Professor Daniel, pela autoridade e respeito que emanava e, ao entrar na sala de aula por qualquer motivo, nem uma mosca se ouvia!
Recordo, particularmente um dia, em que a nossa professora não estava, e foi ele que assegurou a aula, a meias com a classe dele de rapazes, no outro lado da escola. E, por incrível que pareça, quando ele se ausentava, ninguém saia do lugar, ou se lembrava de fazer alguma patifaria, e éramos talvez umas 60 alunas, de duas classes diferentes!
Sem ser professora, mas que tinha uma pedagogia acertada, recordo a Jutília, que com paciência infinita, procurava por termo às brincadeiras mais violentas, ajudava a limpar as lágrimas, punha água nos joelhos esfolados e dava o mimo que a circunstância requeria.
Um dia, passou a haver cantina, e então lá íamos todos em fila, para o salão paroquial, comer um bom caldo de couves, só estragado pelo sabor horrível do óleo de fígado de bacalhau que éramos obrigados a engolir.
O recreio, da manhã e da tarde, era sem dúvida o momento mais aguardado, para dar asas ao desejo do corpo de libertar energias. Saltar à corda, correr por tudo e nada, esconder a bola aos rapazes, quando ela saltava para o nosso lado, jogar ao botão, às pedrinhas, ao anel, ao sr. barqueiro, à bilharda, ao prego e sei lá que mais…
Nesses momentos de grande alegria e liberdade, éramos verdadeiros bandos de
pardais à solta!
Com a distância que já lá vai, reconheço a extrema importância desta escola e de todos os profissionais que nela deram o seu melhor, na minha formação como ser humano. Sem eles, não saberia o que sei e não seria o que sou!
Maria Lopes da Silva Ribeiro Miranda
terça-feira, novembro 25, 2008
segunda-feira, novembro 24, 2008
domingo, novembro 23, 2008
Directamente da Suíça
Apesar ser uma manhã de caça, o Herminio preferiu captar estas bonitas fotos e partilhá-las connosco.
Muito obrigada!!! Porque já que por aqui nem neva, nem chove, temos a possibilidade de "matar saudades" desta forma.
sábado, novembro 22, 2008
Quase...quase...
Já sabem qual é o email caso queiram enviar algum contributo!
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