Estamos na véspera de Reis, por isso, nada melhor para encerrar a quadra natalícia, que falar das janeiras. As janeiras tem sido ao longo dos anos um cantar de grande tradição na nossa aldeia. Este ano foi de novo revivido por sobralenses que não querem deixar que o cantar se perca e fazem dele um motivo de encontro, amizade e partilha. As janeiras oferecidas pelo simpático e acolhedor povo do Sobral foram para a Associação de Solidariedade.
Os meus parabéns para todos os que cantaram e tocaram. E, se me é permitido e os cantores não levam a mal, fica o grato reconhecimento aos tocadores, pois sem a sua preciosa ajuda as janeiras não teriam sido a mesma coisa!
As portas abriram-se e fomos recebidos com muita amabilidade e simpatia. Para além da oferta em dinheiro, posta no saquinho, também nos ofereceram muitas coisas boas, para nos deliciarem o estômago e afinar a garganta.
Prometo que volto para o ano se tiverem a paciência de "aguentar" a minha voz!
A Sofia, e suas magnificas talassas e filhoses...
As broinhas ainda quentinhas com que Teresa nos presenteou, estavam de comer e chorar por mais! Já me deu a receita para nas próximas janeiras ser eu a oferecê-las... mas não prometo que estejam assim tão boas...
O Ginjas, à espreita...
O Fernando Paulo, que nos ajudou a afinar a voz ...
A Célia, com o bolo rei que provei e estava muito bom...
Quando não se pode vir à porta, mas há boa vontade, tudo se resolve...
Como tive dificuldade em escolher as imagens - onde está espelhado o bom acolhimento e alegria com que fomos recebidos - ficam estas, pois me parece darem uma ideia do que foi este cantar. Eu terminei na amiga Florinda, com mesa posta e muita alegria!
Infelizmente não pude ir ao Pereiro e Casal de Santa Teresinha, onde sei que a recepção foi igualmente generosa e muito calorosa. A todos o nosso bem-haja!
10 comentários:
os anónimos estão de volta???
pois o blog estava a ficar pasmado sem animação, sem guerrilhas, e gente do sobral sem estes adjevtivos não são a mesma coisa....
é engraçado ver tanta alegria, tanta bondade, generosidade quando na totalidade as coisas não são tão verdadeiras assim ou tão optimistas!!!!
fico-me por aqui sem querer alimentar polémicas mas tem mesmo de ser.
ass: olhar atento
Só uma pequena correcção, não é a Dra. Fátima mas a Maria Paiva na 9ª fotografia! Cumprimentos
Rita Craveiro
Obrigada, Rita!
Bela reportagem, Mariita!
Falcão peregrino, que sou, cheguei aqui há dias e fiquei perdido sem texto para debicar. Volto ainda na primeira semana de Janeiro e pouso a observar do alto de uma sobreira com renovada alegria e pios de bons anos para todos. Já se foi o Janeiro de salmouras fartas, lareiras com morcelas a escorrer e chouriças a secar, caniços de castanhas já secas e piladas e pipas de vinho com aquele picozinho insubstituível. Hoje tudo é mais limpo e mais doce. As gentes têm todas cara mais lavada e não falta nada do que antigamente havia, nem a amizade. As imagens são eloquentes e fico por aqui que perdi a inspiração e o ritmo neste dias de isolamento.
Dizes bem, Falcão Peregrino! Hoje, o Sobral é uma terra de cara lavada, sem vergonha de se mostrar ao mundo. Mas ontem era o mundo que não tinha vergonha ao deixar-nos isolados, longe de tudo e nem todos conseguiam esses petiscos antigos que dizes, mesmo um caldo de leite de castanha pilada. No frio de Janeiro, por vezes de cara aquecida e costas frias, esqueceste também o queijo fresco comido em cima de uma fina talhada de broa e algum figo seco com um trago de aguardente medronheira então a fazer nos alambiques. Agora, são essas modernices, boas é certo, mas a minha memória adoça ainda mais no caldo da saudade até os nabos mais amargos.
Decerto, és tu, anónimo de mil nomes, que andas por aí a despertar a SAUDADE, que é sempre triste, e mais do que adoça, torna amargo o que doce foi. Esquece o passado e vive o presente. Come, bebe, ama, que só se vive uma vez.
Poetas, Autores e literatura que cultiva os montes centeeiros de outrora.É uma grande honra, ser sobralense.
Não tenhas dúvida último anónimo,
Nós somos da geração em que o único livro que nos chegava era o catecismo, por isso, ao olhar as pedras,víamos palavras que só nós líamos,hoje, elas saem de nós e, por vezes, até parecem poesia.
Talassas em tempo de comemoração dos 100 anos da República...!
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