Cheguei a casa e quem é que eu vi na televisão!!! A tua mãe!... Que linda que estava a fazer o queijo!. Gosto muito de ti Fernanda. Um beijinho. Ficaste muito bem na reportagem e falaste com conhecimento de causa. Não te atrapalhaste.Parabéns. Tive muita pena de não ver a reportagem toda, mas será que entendi bem!...Estás a querer certificar o queijo corno? Se assim é não desistas porque o queijo é um dos melhores. É pena não ter grande divulgação, porque como a tua mãe diz é "só para consumo caseiro". Mais uma vez parabéns e fico cada vez mais ciente que és uma promotora fora de série da nossa aldeia e que mereces que todos os sobralenses te tirem o chapéu. Nunca desistas. O teu filho merece que lhe dês a conhecer o que de melhor há na aldeia. Beijinhos Maria Ideias
Que maravilha! Não pude ver em directo, mas ainda bem que foi possível colocar aqui, adorei! Parabéns à D.Fernanda, à filha e obrigada ao asno, sempre atento!
Bem aproveitado o nosso queijo corno daria muito a ganhar aos sobralenses. Força divulguem mais a nossa terra que para além do queijo tem muito mais para dar.
Por acaso não conhecia o termo "corneta", conhecia o "cornotcho"que é o mesmo que corno.
Pessoalmente, não me incomoda nada que este queijo típico das nossa aldeias não seja mais divulgado. Se é para estragar, é melhor não mexer mesmo...não vá parar esta nossa relíquia ao Al-garve ou Vilar Formoso... No concurso das 7 Maravilhas da gastronomia, por exemplo o queijo da Serra é da Beira Litoral e recusam-se a corrigir! Enfim...
Quanto ao queijo do Sobral, uma opinião. Acho a designação "queijo corno" memorável e digna de registo, mas propriedade dos nossos antepassados. O queijo corno era aquele, bem durinho, que uma pequena fatia ou bocado, porque esboroava ao partir, dava para comer meia “guleima”. Todavia, o queijo cabreiro do Sobral antigo era ele todo bom desde que feito por quem sabia com muito pouco coalho e sal, bem virado todos os dias na queijeira. E era óptimo fresco, acabado de fazer, meio curado ou bem curado e, portanto, já corno. Escrevo no imperfeito da saudade que me faz triste. Quanto a melhor do mundo? Caro Sobral Filho, para nós, foi e continua a ser, mas no Reino da Poesia.
O que é raro é caro e nem sequer tem preço, caro Dias Branco: o queijo e a amizade. Quanto ao queijo, ainda se arranja: as cabras bem vigiadas e certas para não haver febre de malta; a fundamental higiene e vigilância e sem negócio que quase sempre tudo vulgariza. Em minha opinião, raros, raros, são os amigos que mereçam uma fatia de broa, um trincadela de queijo e um copo do tal vinho vinho. O problema é esse: faltam os bons amigos e falta o bom queijo.
Conclusão moral: Queijo, queijo, sempre se arranja. Amigos, amigos, muito raramente.
Essa é uma lamentável constatação dos factos... Os materialismos engoliram os amigos e a convivência...
Queijo do genuíno corno, ainda lho arranjo em Casegas, uma "lasquita" para bebermos um copo junto (e sendo do verdadeiro funde à panela). Broa, sei quem aí a faz excelente no Sobral...quem sabe um dia destes!
Já dizia o Saul, no tempo em que éramos companheiros de Escola, com o Prof. Daniel e o Padre Rey Barata, a uma pergunta deste, que um poeta era um homem velho. Ora, eu não sendo, na realidade, poeta sou certamente um homem velho ou quase.
Ser ou não ser eis a questão: É certo que o queijo de cabra do Sobral, que eu saiba, nunca concorreu a nenhum concurso nacional ou internacional, pelo que a premissa tanto é válida para um lado como para o outro. Como tu bem disseste, o queijo desde a sua feitura até chegar a corno passa por várias fases. Ora, é numa dessas fazes quando ele se apresenta/va meio curado, com uma cor/bolor cizento-esverdeada, trabalhado nas lojas/caves frias do Sobral [olha que não era preciso virá-lo todos os dias na queijeira (isso, no Sobral, já são modernices] e a bem da verdade nem havia muitas queijeiras, bastava uma cesta com palha ou umas tábuas feitas pelo Ti António Emídio, que eu o considero o melhor queijo do Mundo (e só nesta fase). No ano passado, alguns homens nos USA numa espécie de “Agência do Rating dos queijos” consideraram o queijo amarelo da Beira Baixa o melhor do Mundo (antes tinham considerado o melhor o queijo o Emmental da Suíça). Prova um e prova outro e verás que a coisa tomba para o nosso lado.
Digo, ainda, que no meu ponto de vista o bolor que envolvia o queijo e inundava-o de características especiais, no sabor, cheiro e macieza. Se fosse virado todos os dias o aparecimento desse bolor era prejudicado mas o queijo apresentava-se com outra roupa mais do agrado dos citadinos. E mais, só o facto de, nos últimos tempos, algumas lojas/caves, onde se fazia esse queijo, passarem a albergar as “caldeiras” do aquecimento central (por aumentar a temperatura ambiente) notou-se logo uma modificação (visível) no aspecto do queijo: O bolor de cinzento-esverdeado, passou a branco, com alteração ligeira do seu sabor.
Verdade seja dita, com muita pena minha, que ainda não consegui provar todas as trezentas e tal qualidades de queijo que diziam ter a França, já em 1983, mas vou tentando. E já não irei a tempo, estes homens que mandam na Europa e têm bom queijo não vão deixar… Bem tenho de me contentar com o da Beiralacte.
Caro Sobral filho São tantas as informações que temo não corresponder a todas. Quanto à questão da avaliação, temos dito. Frequentemente depende apenas dos valores subjectivos que lhe inseridos, mas podemos objectivamente confirmar que não se encontrando nada igual no mundo é o melhor por ser único. Monsieur de la Palice não diria de outra forma!Noto os pormenores do fabrico. Em minha ideia a frequência da volta depende do escorrimento, logo tem de ser feita com alguma frequência nos primeiros dias. Quanto às caves, não são os melhores lugares para uma queijeira. Porque o queijo precisa algum arejamento e não deve enregelar. Obviamente o melhor queijo é o que é feita nos meses de Inverno. Quanto à avaliação do Queijo Amarelo da Beira Baixa e do Queijo Picante tenho a informação que já conseguiram a designação de Origem Protegida (DOP). Para se conseguir aquela classificação é preciso que todas as fases da produção estejam certificadas. Quanto a melhor do mundo, voltamos a Monsieur de La Palice, é único. Concordo contigo, o queijo cabreiro do Sobral é fantástico na dita fase, meio curado. Todavia, a cura se bem feita, com o envolvimento de azeite, colorau e não sei que mais, dão-lhe a virtude do Tempo, que é a da Filosofia, depois dos cinquenta que nós temos, e não a da Poesia, das fases mais juvenis, e que deve ter sido o que ouviste do P.José Rey e do Prof. Daniel, que Deus tenha ambos no Seu Eterno Seio.
Eu gosto dele de todas as maneiras e nunca me canso de comê-lo! O problema do "queijo corno" é que às vezes a gula não deixa que o "disco" chegue lá :) Mas a minha mãe guarda uns tantos bem escondidos e quando menos se espera lá vêm eles duros, bem duros, quase a fazer partir a faca!
14 comentários:
Famel:
Cheguei a casa e quem é que eu vi na televisão!!! A tua mãe!... Que linda que estava a fazer o queijo!. Gosto muito de ti Fernanda. Um beijinho. Ficaste muito bem na reportagem e falaste com conhecimento de causa. Não te atrapalhaste.Parabéns. Tive muita pena de não ver a reportagem toda, mas será que entendi bem!...Estás a querer certificar o queijo corno?
Se assim é não desistas porque o queijo é um dos melhores. É pena não ter grande divulgação, porque como a tua mãe diz é "só para consumo caseiro".
Mais uma vez parabéns e fico cada vez mais ciente que és uma promotora fora de série da nossa aldeia e que mereces que todos os sobralenses te tirem o chapéu.
Nunca desistas. O teu filho merece que lhe dês a conhecer o que de melhor há na aldeia.
Beijinhos
Maria Ideias
Que maravilha! Não pude ver em directo, mas ainda bem que foi possível colocar aqui, adorei!
Parabéns à D.Fernanda, à filha e obrigada ao asno, sempre atento!
Muito giro, a simplicidade neste caso é tudo.
Bem aproveitado o nosso queijo corno daria muito a ganhar aos sobralenses.
Força divulguem mais a nossa terra que para além do queijo tem muito mais para dar.
Comentários inseridos (por mim) nas páginas perdidas do Facebook:
- Também vi. E uma tríade de coisas lindas: Os queijos, as pastoras e as cabritas.
- E muito provavelmente o melhor queijo do Mundo (Mas eu sei que há pessoas que não acreditam...)
- Já comi muito queijo e por isso é que acredito...
Por acaso não conhecia o termo "corneta", conhecia o "cornotcho"que é o mesmo que corno.
Pessoalmente, não me incomoda nada que este queijo típico das nossa aldeias não seja mais divulgado. Se é para estragar, é melhor não mexer mesmo...não vá parar esta nossa relíquia ao Al-garve ou Vilar Formoso...
No concurso das 7 Maravilhas da gastronomia, por exemplo o queijo da Serra é da Beira Litoral e recusam-se a corrigir! Enfim...
Quanto ao queijo do Sobral, uma opinião. Acho a designação "queijo corno" memorável e digna de registo, mas propriedade dos nossos antepassados. O queijo corno era aquele, bem durinho, que uma pequena fatia ou bocado, porque esboroava ao partir, dava para comer meia “guleima”. Todavia, o queijo cabreiro do Sobral antigo era ele todo bom desde que feito por quem sabia com muito pouco coalho e sal, bem virado todos os dias na queijeira. E era óptimo fresco, acabado de fazer, meio curado ou bem curado e, portanto, já corno. Escrevo no imperfeito da saudade que me faz triste.
Quanto a melhor do mundo? Caro Sobral Filho, para nós, foi e continua a ser, mas no Reino da Poesia.
Subscrevo. Sei quem ainda faz "discos" desses...para consumo familiar e partilhar com um amigo ou outro
O que é raro é caro e nem sequer tem preço, caro Dias Branco: o queijo e a amizade.
Quanto ao queijo, ainda se arranja: as cabras bem vigiadas e certas para não haver febre de malta; a fundamental higiene e vigilância e sem negócio que quase sempre tudo vulgariza. Em minha opinião, raros, raros, são os amigos que mereçam uma fatia de broa, um trincadela de queijo e um copo do tal vinho vinho. O problema é esse: faltam os bons amigos e falta o bom queijo.
Conclusão moral:
Queijo, queijo, sempre se arranja. Amigos, amigos, muito raramente.
Essa é uma lamentável constatação dos factos...
Os materialismos engoliram os amigos e a convivência...
Queijo do genuíno corno, ainda lho arranjo em Casegas, uma "lasquita" para bebermos um copo junto (e sendo do verdadeiro funde à panela). Broa, sei quem aí a faz excelente no Sobral...quem sabe um dia destes!
Saudações companheiro!
Anónimo (do Reino da Poesia),
Sendo assim, amigo, deixa-me ser poeta!
Já dizia o Saul, no tempo em que éramos companheiros de Escola, com o Prof. Daniel e o Padre Rey Barata, a uma pergunta deste, que um poeta era um homem velho. Ora, eu não sendo, na realidade, poeta sou certamente um homem velho ou quase.
Ser ou não ser eis a questão:
É certo que o queijo de cabra do Sobral, que eu saiba, nunca concorreu a nenhum concurso nacional ou internacional, pelo que a premissa tanto é válida para um lado como para o outro. Como tu bem disseste, o queijo desde a sua feitura até chegar a corno passa por várias fases. Ora, é numa dessas fazes quando ele se apresenta/va meio curado, com uma cor/bolor cizento-esverdeada, trabalhado nas lojas/caves frias do Sobral [olha que não era preciso virá-lo todos os dias na queijeira (isso, no Sobral, já são modernices] e a bem da verdade nem havia muitas queijeiras, bastava uma cesta com palha ou umas tábuas feitas pelo Ti António Emídio, que eu o considero o melhor queijo do Mundo (e só nesta fase). No ano passado, alguns homens nos USA numa espécie de “Agência do Rating dos queijos” consideraram o queijo amarelo da Beira Baixa o melhor do Mundo (antes tinham considerado o melhor o queijo o Emmental da Suíça). Prova um e prova outro e verás que a coisa tomba para o nosso lado.
Digo, ainda, que no meu ponto de vista o bolor que envolvia o queijo e inundava-o de características especiais, no sabor, cheiro e macieza. Se fosse virado todos os dias o aparecimento desse bolor era prejudicado mas o queijo apresentava-se com outra roupa mais do agrado dos citadinos. E mais, só o facto de, nos últimos tempos, algumas lojas/caves, onde se fazia esse queijo, passarem a albergar as “caldeiras” do aquecimento central (por aumentar a temperatura ambiente) notou-se logo uma modificação (visível) no aspecto do queijo: O bolor de cinzento-esverdeado, passou a branco, com alteração ligeira do seu sabor.
Verdade seja dita, com muita pena minha, que ainda não consegui provar todas as trezentas e tal qualidades de queijo que diziam ter a França, já em 1983, mas vou tentando. E já não irei a tempo, estes homens que mandam na Europa e têm bom queijo não vão deixar… Bem tenho de me contentar com o da Beiralacte.
Caro Sobral filho
São tantas as informações que temo não corresponder a todas.
Quanto à questão da avaliação, temos dito. Frequentemente depende apenas dos valores subjectivos que lhe inseridos, mas podemos objectivamente confirmar que não se encontrando nada igual no mundo é o melhor por ser único. Monsieur de la Palice não diria de outra forma!Noto os pormenores do fabrico. Em minha ideia a frequência da volta depende do escorrimento, logo tem de ser feita com alguma frequência nos primeiros dias. Quanto às caves, não são os melhores lugares para uma queijeira. Porque o queijo precisa algum arejamento e não deve enregelar. Obviamente o melhor queijo é o que é feita nos meses de Inverno. Quanto à avaliação do Queijo Amarelo da Beira Baixa e do Queijo Picante tenho a informação que já conseguiram a designação de Origem Protegida (DOP). Para se conseguir aquela classificação é preciso que todas as fases da produção estejam certificadas. Quanto a melhor do mundo, voltamos a Monsieur de La Palice, é único.
Concordo contigo, o queijo cabreiro do Sobral é fantástico na dita fase, meio curado. Todavia, a cura se bem feita, com o envolvimento de azeite, colorau e não sei que mais, dão-lhe a virtude do Tempo, que é a da Filosofia, depois dos cinquenta que nós temos, e não a da Poesia, das fases mais juvenis, e que deve ter sido o que ouviste do P.José Rey e do Prof. Daniel, que Deus tenha ambos no Seu Eterno Seio.
Eu gosto dele de todas as maneiras e nunca me canso de comê-lo! O problema do "queijo corno" é que às vezes a gula não deixa que o "disco" chegue lá :) Mas a minha mãe guarda uns tantos bem escondidos e quando menos se espera lá vêm eles duros, bem duros, quase a fazer partir a faca!
Ola Fernanda,
Nunca gostei desse queijo e ao armario em casa cheirava sempre ao queijo que aos meus pais (deus tem) traziam do sobral. ;-)
Mas gostei bastante de ver-te na reportagem. Fizeste muito bem!! Parabems!
Beijinhos da Aida Pereira (filha do Zé Luis Pereira e Maria Branca Pinto)
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