sexta-feira, fevereiro 03, 2012

PORTUGAL VISTO DO AR

COSTA DA CAPARICA (virando à direita toma o rumo da pista da Portela



CIDADE DO BARREIRO




No sentido dos ponteiros do relógio:

Barrreiro, Seixal,Almada e Lisboa







Moita do Ribatejo (vizinha do Barreiro)




Alcochete -à esquerda nota-se a ponte Vasco da Gama




A 20 minutos de LISBOA, ainda a média altitude:

Cidade de PORTALEGRE. No topo da foto vê-se Castelo de Vide


MARVÃO




Vindo de Madrid. À dir. Marvão, à esq. Castelo de Vide.

hora local - 8,30h ... Jan 2012








14 comentários:

Anónimo disse...

Deixo duas notas ao nosso peregrino dos céus. Primeiro, que o Tejo já desaguou a sul da Caparica nos tempos primordiais, depois, que do Marvão, se vê a Estrela, e dali se fazia, até aqui, à Covilhã, a peregrinação a Nossa Senhora da Estrela, nos tempos medievais, acompanhando a rota dos rebanhos transumantes.
asp

virgilio neves disse...

É VERDADE asp.Quando estive em Marvão reparei que se avista a Serra da Estrela(a Norte).E traçando num mapa uma linha recta,esta passa exactamente sobre Castelo Branco que dista 48,60 km do Castelo de Marvão.Dali às Torres da Estrela são 104,56 Km.
Se alguém quiser "voar" nessa rota não se esqueça que irá sobrevoar 14,5 km de território espanhol, por isso muita cautela,não sejam abatidos pelos caças da força aérea espanhola que proteje a central nuclear de Almaraz.
Quanto à Caparica já tinha lido ( e nota-se)que o mar já recuou ali uma boa centena de metros, mas não imaginava que o Tejo tivesse tido outro leito e a foz diferente da actual.Sendo assim,teria fluido pelo vale do rio Coina e desaguava onde está agora a lagoa de Albufeira ao lado da praia do Meco!!!??? Depois,algum monte em Fernão Ferro deve ter deslizado para o leito do Tejo barrando-lhe a passagem.Este terá transbordado para um vale existente entre Almada e Lisboa e terá começado a escavar o canal de 10 a 30 metros de profundidade onde corre actualmente.
E com esta teoria,involuntariamente dei uma de geo/arquélogo.

virgilio neves disse...

Caro asp, a respeito de peregrinações,esta última foi de 20.000 km certinhos! 18.000 de avião e 2.000 de autocarro.
não vejo a hora de começar a escrever as memórias.

Anónimo disse...

Desenvolveste bem, caro Virgílio, quanto ao Marvão a espreitar a nossa Estrela e ao Tejo a rumar a sul, nos tempos pré-históricos,e pela actual lagoa de Albufeira de Sesimbra, teria o Meco a fazer de Almada. Mas com tanta convulsão que o nosso planeta já sofreu, tudo é possível. Até podemos mergulhar na nossa campina beirã como fundo de mar e espreitar os pântanos na serra d'aire com os dinossáurios saurópodes a passear. De facto, de Paleontologia sei pouco.
asp

Anónimo disse...

Foste à Austrália. Há dias, disseram-me de lá por via e-mail que tinham lido o meu Portugal: o Império Urgente. Quer dizer que também lá está já uma parte espiritual de mim.
O meu ego viaja quase tanto como tu. Mas tira apontamentos, que a idade leva-nos os pormenores da memória e quase sempre estes interessam aos vindouros.

virgilio neves disse...

Fui ao Brasil asp. Para a AUTRÁLIA a distância é a dobrar.

Anónimo disse...

Diz-se que um General Romano, chegado a Roma depois de uma incursão pela Ibéria, terá dito ao Imperador algo deste estilo:
"Nos confins da Ibéria existe um povo que não se governam nem deixam governar" (tratava-se dos Lusitanos, nossos antepassados).
Visto do ar, Portugal parece um país bonito. A perspectiva aérea ocultar as verdadeiras aberrações urbanísticas que se encontram por todo o lado. Basta percorrer as periferias de Lisboa (mas também dentro desta) para ver como também nesta área, que é da nossa exclusiva responsabilidade, não nos "soubemos governar".
Desse desgoverno escapa, por razões que a história e economia, também explicam, grande parte do Alentejo que se vê em algumas fotografias.
Se a história pudesse recuar - e não pode - facilmente poderíamos concluir que, com um pouco mais de cuidado e zelo pela "coisa pública", com menos desperdício e com muito mais gosto poderíamos ter um país que fosse mais aprazível não só pelo clima,pela geografia ou pela população, mas também pela qualidade do urbanismo nas cidades e nas aldeias.
O Sobral também teria lucrado com isso.
AAG

Anónimo disse...

Caro AAG
Os testemunhos que nos chegam sobre este ou aquele país e as suas gentes dependem muito de pontos de vista ou de perspectivas. Hoje, como sabes tão bem como eu, escrevo por prazer, os trabalhos, com metodologia científica eliminam alguns dos enviesamentos daquelas. Por exemplo, há a ideia geral de que o Rio de Janeiro, cidade turística, festivaleira, carnavalesca, tem uma sociedade mais permissiva do que S. Paulo, e a Sociologia diz que não é assim. Aos visitantes é oferecido certo espaço, e esse nunca é o real, o do quotidiano. É interessante ler certas opiniões que os estrangeiros faziam de Portugal e das mulheres portuguesas no século XVI. Mas que mulheres conheciam eles?
De facto, o domínio romano da Lusitânia, levou a que os seus povos construíssem a primeira grande travessia do médio Tejo, a Ponte de Alcântara, mas esta serviu os senhores ou os dominados? Os romanos deixaram marcas fantásticas em toda a península. Os lusitanos não foram os mais rebeldes à colonização romana e já tinham recebido a cultura avançada, de índole comercial, que ficou para sempre, vinda da Fenícia, por via de Cartago, mas adoptaram-lhe a língua, que, por exemplo, os bascos não quiseram. Aquilo que eu noto em Portugal são muito as marcas da nossa pobreza. Porém, as marcas de prosperidade de outros países e a sua aparente Ordem foi em alguns casos fruto de muita violência: a de Atenas e de Roma, da imensidão dos seus escravos, a de Amesterdão e de Londres, de uma colonização mercantil intensa, a de Paris, da imensidão de violências napoleónicas, a das actuais grandes cidades financeiras, da inominável exploração do seu capitalismo. O bom gosto quase sempre custa muito dinheiro e o dos portugueses foi derramado pelo mundo. Esta justificação não nos isenta de nos responsabilizarmos mais pelo nosso futuro e de sabiamente fazermos pelos menos as coisas simples que não custam muito dinheiro e nos trazem felicidade.

Anónimo disse...

Concordo plenamente com o anónimo anterior.Temos bom gosto mas falta-nos disciplina,organização,responsabilidade e mando da classe dirigente/elites, ou seja, sem boas relações de confiança não vamos lá.Claro que a pobreza foi marcante no desenvolvimento do nosso povo e reflectiu-se na ocupação do território ,além da esperteza de uns para prejuízo de todos(país).
Estamos a tempo de corrigir...se o paradigma cultural mudar.
Pessoalmente,tenho estado atento a estas conversas de que admiro os participantes.
O nosso horizonte é fantástico,por exemplo já admirei de Évora Monte a serra da Arrábida e da Marofa o planalto mirandês e a Estrela.

Anónimo disse...

Caro António Pereira:
Só a perspectiva de um historiador para atenuar o peso da realidade ...
Efectivamente, muita da monumentalidade ou da riqueza que se encontra em alguns países representa a ponta do iceberg que esconde estratégias imperialistas que acabaram por dominar e até aniquilar outras civilizações, pilhando a sua riqueza. Basta ver o que aconteceu com o ouro inca, maia ou azteca, para Espanha, com certas obras de arte que se encontram no Louvre ou no British Museum ou até, entre nós, com alguns monumentos construídos muito à custa do "quinto da Coroa" (1/5 do ouro explorado no Brasil).
Creio, no entanto, que existem outros aspectos imateriais que, se bem geridos, poderiam servir compensar a menor riqueza material.
Aí se incluem políticas de ordenamento territorial e urbanístico que, com menos dinheiro, poderiam ter sido lançadas sem adulterar em demasia o ambiente ou os ecossistemas.
Sem embargo de muitas melhorias que foram introduzidas, estas últimas gerações não se livrarão, no futuro, de serem acusadas de, a par de um urbanismo de má qualidade, ainda terem deixado dívidas ...

Anónimo disse...

Começo sempre os meus anos lectivos, que já são 36, como docente, em diálogo com os alunos sobre a utilidade da História. E eles dizem sempre que ela nos ajuda a encarar o presente com alguma tranquilidade ao observar no passado circunstâncias semelhantes às que vivemos ou havemos de viver e eu concordo. Até pareço o Paulo Bento. Este quinto, de que fala o anónimo anterior, ou as duas dízimas muito antigas de que aqui também já se falou, a dízima e a redízima, até podem vir a parecer pouca coisa. Hoje a fiscalidade, que incide sobre o nosso trabalho por via do IRS ou o IVA que incide nas transações é bem mais elevada. Estamos, de facto, em um dos momento de incidência da mais elevada carga fiscal que se possa observar, na história portuguesa, só comparável aos tempos de grande esforço que permitiram saltos de desenvolvimento em países como o Japão ou a Rússia. Obviamente, não considero aqui a fiscalidade senhorial e a eclesiástica dos tempos passados que agravava a imposta pelo monarca, mas que hoje tem outras expressões. Espero bem que o esforço a que somos sujeitos não seja em vão e possamos manter a maioria dos serviços que o Estado presta na Educação, na Saúde, na Segurança etc. Portugal tem-se empenhado em alguns esforços inglórios, em alguns casos, como na guerra colonial, não sabendo antecipar o futuro. De facto, muito do dinheiro da colecta também tem sido aplicado em obras sem sentido, nos ditos elefantes brancos que afinal sempre houve também. Por exemplo, sabem que o Aqueduto das Águas Livres quando foi acabado já não era preciso ter sido construído? E quantas obras dos nossos autarcas ou do Dr. Alberto na Pérola do Atântico, que foram feitas apenas com o fito nas eleições, esperam vir a ser úteis? Há que desconfiar sempre das grandes obras do regime. Pesam sobre o povo e raramente lhe trazem utilidade. Além, aquele aqueduto, é a demonstração do Estado que se quer afirmar sobre os súbditos, aqui, na Madeira, é o poder regional que faz finca-pé, entre marinas e túneis, a invocar o passado de domínio e a tentar demonstrar que também consegue fazer coisas que se vejam. Raramente é o homem, na sua circunstância ou nas suas necessidades de mais e de melhor, o destinatário da benesse. Como o Dr. Alberto intervém, que se farta, a corrigir os jornalistas, vamos ter a honra de ele vir aqui a contrariar-me e a dizer que tudo o que fez na Madeira está bem feito. Pois que fique convencido. Eu gostaria que ele e outros fizessem muita coisa, mas apenas como cidadãos empenhados sem a cortina do Estado.
asp

Anónimo disse...

Uma pequena reflexão :façam as contas de toda a riqueza proveniente do Brasil e comparem-na com a proveniente da União Europei(pre-adesão incluída)?

Anónimo disse...

Caro anónimo anterior,
Os povos devem costruir-se em relação de mutualidade de dar e receber. Portugal ajudou a construir o Brasil e o Brasil a construir Portugal. Portugal ajuda construir a Europa e a Europa a construir Portugal. Se não for assim, à exploração e dela já falamos para alguns povos em alguns momentos. Não é o que desejamos para Portugal em nome do passado do mesmo Portugal: uma leitura do Padre António Vieira ficava bem aqui.
asp
asp

Anónimo disse...

Digo: se não for assim, há exploração.
asp