quarta-feira, setembro 16, 2009

Fundo do Baú

Hoje partilho convosco uma foto antiga acabada de sair do baú das recordações.
Acredito que toda a gente reconhece os resineiros desta foto.



Estes "rapazes" foram provavelmente os últimos resineiros do Ti Pereira e provavelmente do Sobral. Sei que estes tempos eram muito difíceis e que a resina era um trabalho muito duro mas a única forma de sobrevivência de algumas famílias.
Contem-nos histórias destes tempos difíceis.


Esperamos por mais revelações do baú das recordações de todos os nossos leitores.

7 comentários:

naifas disse...

Histórias não tenho, mas reconheço alguns. Aqui vai da direita para a esquerda: Tó Custódio, Parra, João Carlos, Zé Garalhoula, Tó Xica e o loiro não estou a ver quem é.

Anónimo disse...

O que falta é o Vitor, cunhado do Zé Garanhoula

Anónimo disse...

Que é feito destes belos rapazes?..
Já os identificaram. Lembro-me deles! Bem mais novos do que eu, mas recordo-me das suas caras.
Onde estiverem que a felicidade (ou os momentos felizes)seja uma constante.
No meu tempo, os resineiros eram, segundo diziam, uns namoradores(...) Faziam parte do sonho de qualquer rapariga desse tempo. Normalmente davam nas vistas e, por isso, deixavam muitos supiros ao passar. Coisas ... da juventude e, já agora, a propósito de juventude:

De Eugénio Andrade

Sim, eu conheço, eu amo ainda
Esse rumor, abrindo, luz molhada,
Rosa branca. Não, não é solidão
Nem frio, nem boca aprisionada
Não é uma pedra nem espessura
É, juventude. Juventude ou claridade
É um azul puríssimo propagado
Isento de peso e crueldade

Entre as cantigas que se cantavam, a minha mãe cantava esta:

Já tenho papel e tinta
Caneta e mata borrão
Para escrever ao resineiro
Que trago no coração

Esta quadra ilustra, segundo o meu ponto de vista, como eram encarados os resineiros.

Um abraço para eles
Maria Ideias

Tânia disse...

Naifas, quererás dizer Parré?!
A foto não está muito nítida mas é sempre bom ver o meu querido tio...

Anónimo disse...

Às novas gerações

A tradição resineira no Sobral
é mais antiga do que parece,
Ainda antes dos transportes por camioneta dos bidons de resina, a mesma era transportada pelos carros de bois até ao Fundão nos ditos barris de madeira. Acentuou-se durante a 2ª Guerra Mundial. Todavia, mais do que ilustra a fotografia, os resineiros vinham à temporada de Trás-de-Serra, Teixeira, Gondufo etc. O Ti Pereira, por alcunha, o Ti Côto, que tinha casa ao Cabecinho de Baixo, foi quem controlou a actividade durante mais tempo. Os resineiros que vinham de fora deixaram uma boa imagem, no Sobral, de trabalho e honestidade.

Anónimo disse...

O que esta certa é que a estrada estava em péssimo estado.

virgilio neves disse...

Não calculo qual seria a "paga" que o meu Ti Pereira lhes dava, para além do alojamento na palheira que está ao lado da cabine da luz e onde dormiam de restolhada. Mas lembro-me de os ver,vários Verões, nos pinhais do Valminhoto a alombar as (imagino) pesadíssimas latas de resina e a alimentarem-se a seco,da bolsa (minguada) que traziam amarrada à cintura. Como se deslocavam até às nascentes (minas ou represas de água) para comerem a bucha, era natural que comessem a "sobremesa" nas pereiras e videiras que encontrassem no trajecto.
Na taberna do meu pai servi-lhes muitos copios de vinho e ouvi-lhes estórias muito interessantes, quando ficavam nos fins de semana no Sobral em vez de irem visitar as famílias à Barriosa, Baiol Balocas e Baloquinhas. Muitos deles já eram conhecidos no Sobral. E quem não se lembra do baixote, manco e muito simpático (que gosta muito dos copitos) e deixou entre a frase: "ela vai booooa!!! Boa vai eeeela" quando lhe perguntavam como ia a vida?