O acordo ortráfico tem sido tema habitual nos noticiários. As suas linhas já foram traçadas e estima-se que a sua aplicação de proceda num período de seis anos.
A sua proposta de resolução vai hoje a debate na Assembleia da Républica. Ora para muitos este é um passo de unificação e afirmação da Lingua Portuguesa para outros nem tanto.
Curiosamente foi do Canadá pelo Laureano Soares que recebi o link de uma petição que foi criada contra este Acordo. Pelos vistos os Portugueses que estão espanhados pelo mundo não são alheios a este assunto.
No link seguinte encontram toda a informação acerca do Acordo Ortográfico
E a petição contra o acordo segue-se também
19 comentários:
Ainda bem que há, quem, mesmo longe se empenhe nesta causa.
É verdade que a língua portuguesa foi sofrendo alterações ao longo do tempo e temos assistido até à "incorporação" de novas palavras, o que é bom.
Mas não me vejo a escrever fato...em vez de facto!
Porque então, passarei a ir ao pronto a vestir procurar uma "jaija" em vez do "terno" que me querem impôr!
A Língua portuguesa está a passar por um período de implantação, quer nos países Africanos de Língua Portuguesa, quer em Timor Leste. Na Guiné-Bissau esteve até para ser adoptado o Francês como língua oficial e em Timor-Leste o Inglês. Daí será fácil concluir que a língua portuguesa nas nossas ex-colónias não ficou muito bem cimentada. Esses países já não são colónias portuguesas, são livres e tanto poderão seguir o português falado em Portugal, por 10 milhões de habitantes, como o português falado no Brasil, por 220 milhões.
Se Portugal teimar em não se aproximar da versão de português do Brasil sujeita-se a ficar só e, mesmo assim, não vai conseguir manter a pureza da língua porque ela evolui todos os dias, independentemente da questão que agora se nos põe: todos os dias há termos que caem em desuso e outros novos que são adoptados pela nossa língua, em especial termos ingleses que são adoptados sem quaisquer modificações.
Se não houver aproximações sucessivas ambas as versões do português continuarão a divergir e daqui a algumas gerações serão línguas completamente distintas. Será então a altura de Portugal confirmar que saiu a perder porque ficou agarrado a um tabu que não conseguiu ultrapassar.
O Brasil tem um impacto muito maior no mundo do que Portugal, dada a sua dimensão, população e poderio económico que em breve irá ter. O nosso português tem hoje algum peso muito em função dos novos países africanos PALOPs ) e de Timor Leste, mas ninguém garante que esses países não venham um dia a aproximar o seu português da versão brasileira e há até já alguns sinais nesse sentido. A população do Brasil permite altas tiragens das publicações que ficarão mais baratas e, se houver maior harmonização, as editoras portuguesas (e amanhã dos PALOPs ) poderão vender mais no Brasil.
Se Portugal permanecer imutável um dia poderá ficar só: a língua portuguesa de Portugal será então considerada uma respeitável língua antiga (o Grego é ainda mais), da qual derivou uma outra falada e escrita por centenas de milhões de habitantes neste planeta. O nosso orgulho ficar-se-á por aí e pronto!
Ambas as versões de português têm uma raiz comum e divergem há cerca de duzentos anos. Outros duzentos e já não nos entenderemos: terão que ser consideradas duas línguas distintas.
O acordo ortográfico é uma decisão apenas política e quanto aos linguistas, apenas terão que assimilar as alterações e segui-las. Não se poderá alterar por decreto que uma molécula de água passa a ter dois átomos de oxigénio e outros dois de hidrogénio; ou que 5 vezes 5 passa a ser 28. Mas poderá alterar-se por decreto a grafia de "acção" para "ação" e quem não aceitar a alteração passa a cometer um erro. Com todo o respeito, mas também não são os Juizes que legislam, apenas têm que interpretar e aplicar as leis.
Portugal nada ganhará de imediato com a alteração mas tem muito a perder no futuro se rejeitar agora o acordo que o Brasil está disposto a aceitar.
Ah! já agora, poderá e muito bem continuar a escrever "de facto" porque soletramos o "c". Apenas se eliminam as letras mudas. Neste caso passam a ser permitidas duas formas, pois no Brasil não pronunciam o "c" e por isso não o irão escrever.
Zé da Burra o Alentejano
Não concordo!!!!
Concordo inteiramente com o longo! mas esclarecedor comentário do "Zé da Burra". Ou acompanhamos o andar do barco, mas sempre dentro dele, ou, ficamos sujeitos a ficar para trás ou mesmo a afundarmo-nos... sós!!! O progresso é olharmos em frente e procurarmos sempre, estar actualizados.O mundo todos os dias nos globaliza, e disso não podemos fugir...
Não posso concordar com os pró-reformistas. Na verdade, o português tal como o falamos hoje é parte integrante da nossa cultura e estabeleceu-se como marco no mundo. O Brasil, do seu lado, possui uma língua diversa da nossa, tão diferente que um acordo ortográfico viria abalar por completo a forma como interagimos no nosso dia-a-dia...
O que ficamos a perder? De um ponto de vista internacional, nada: o inglês já é a língua dominante nas relações comercias.
Ao nível da nossa identidade cultural: tudo. Desde os grandes escritores e a grande literatura que possuimos até às palavras ditas "regionalismos", que tantas existem no Sobral...
Porquê fazer concessões estúpidas a uma língua que não é nosso património cultural? Expliquem-me...
Zé da Burra, por essa ordem de ideias, deveria ser já ratificado para Mandarim, Hindi, Castelhano ou Inglês.
Lob´s, não me parece que quero apanhar uma barco com uma rota que está a levar à fome mundial e à destruição do planeta.
Não obrigado, fico em terra.
No Sobral fala-se "sobralês" e em Miranda mirandês está-se lá muito bem!
Começo já é a pensar, com tanta miséria à vista, se sequer vale a pena pertencer à Europa. Isto não há maneiras de endireitar.
Até já escolhem a constituição por nós, vejam só...
Deixem mas é estar o Português como está que eu se quiser fazer um negócio com um brasileiro, entendo-o bem, afinal a aberração de quantidade de novelas que passam nos ecrans da TV, para alguma coisa hão-de servir.
Quer dizer os tugas, enquanto por lá andaram a pilhar e violar, ensinaram os indios a falar...qualquer dia põe-nos a nós a grunhir gritos de guerra e a dançar a dança da chuva quando estoirarem os cereais todos em biodiesel!
Estes tipos que não têm mais que fazer e se entretêm a inventar estas trapalhadas, precisavam era de quem lhes tirasse o escalpe.
Então eu mal sei escrever este português(eu e a maioria da malta que sai das universidades), quanto mais agora um português arraçado de Indio (Não tenho nada contra Indios, são apenas vitimas do bicho homem "civilizado").
Para onde querem levar este barco para a Atlântida?
É que a água já me dá pelas cangalhas e não há maneiras de baixar a maré, alguém que tire o tchapuço deste charco!
A eloquência do discurso do Sr. Zé Alentejano quase convence... mas não me vence!
Além de que, tanto quanto sei, os países africanos de expressão portuguesa também não foram "tidos nem achados" para a mudança.
Parece-me que, como em muitas outras coisas, alguém nos está a querer "dar a volta"... fazendo-nos crer que neste acordo está a resolução de todos os nossos deficits.
Boa malha mariita!
Esses só são vistos para as negociatas do BES e da Galp já de lá roubaram pouco...
Cara Mariita:
Quanto aos países africanos serem ou não "achados", a resposta encontra-na nos meus 1.º e 2.º parágrafos.
Aos outros comentadores:
A língua portuguesa evoluirá sempre, independentemente da nossa vontade: seja em no sentido de convergir com os CPLP ou não. Eu acredito que a convergência vale o esforço, se pensarmos a longo prazo.
Como prova do que disse, basta pegar num livro de há cem anos e facilmente constataremos diferenças gráficas, por exemplo: commissario, auctoridade, jury, official, (e o seu plural) officiaes, monarchia, d'elle, d'ella, d'este d'aquelle, n'esse, n'essa, pharmacia, elephante, sêco, Victor, Luíz, Pôrto, Cezimbra, Barca d'Alva...Se repararmos bem as alterações agora em causa vão no mesmo sentido das anteriores, fazendo cair letras que não servem para nada. Nalguns casos (poucos) as diferentes grafias existentes poderão servir para distinguir o sentido das palavras, mas homografas já as temos e não nos causam confusão: temos o BANCO do jardim ou da nossa casa de banho e também temos o BANCO onde depositamos ou levantamos o dinheiro e não nos confundimos por isso.
Zé da Burra o Alentejano
Só as letras? Então e os acentos?
Eu prefiro chamar "Aborto Ortográfico".
Parece que a evolução e o progresso ainda não fizeram mal a ninguém! Bem, para alguns (sempre os mesmos!)o progresso significa retrocesso, desde que sejam ideias diferentes. Mas o barco, o combóio, ou mesmo de burro, são meios que nos ajudam a caminhar,mas sempre em frente!Ficar em terra e caminhar, também será progresso, mas sempre com os pés bem assentes.
Eu cá gosto muito de falar e escrever, seja de que maneira for.É certo que não nos podemos esquecer que a evolução nos atropela de vez em quando. Agora e embora nos custe, não podemos fazer disto um «bicho de sete cabeças».Eu também gostava muito dos escudos e tive que mudar p'ró euro.Agora já não nos custa e torna-se muito mais cómodo. E se pensarmos na linguagem que os nossos adolescentes usam e na sua escrita que ás vezes é de arrepiar...Talvez p'ra eles seja melhor, ao menos não darão tantos erros ortográficos.Culturalmente é apenas não deixarmos as nossas raizes esquecidas, mas o mundo pula e avança.«é cá pur mai anos que viva e inquanto os més olhos botarim auga, hede-m'alimbrar seimpre do sobralês»
éu pa falar verdade tamain non faço tinções de bulir muito na manera como He-de screveir.
assim c'má assim nus 6 anos que moré no Brasil li. vi e ovi pur lá muito palavriado esquesito mas nunca deixé de escreir com'aprendi, mas muito do qué dizia ,eles nom entendiam, e muita vêz
me perguntaram se eu era Argentino .
Agora me pareçe que muitos dos que sempre deram erros em português terão uma boa desculpa e dizer que é o português do acordo.
É mesmo Virgílio, também me parece que isto vai facilitar e desculpar muitos erros.
Faz lembrar a moda das calças esfarrapadas. Como a "malta" não sabe - nem quer saber - coser roupa, inventou-se essa. Assim, fica tudo bem... e até se faz um grande negócio!
Todas as línguas estão sempre em processo de mudança, e, a portuguesa, provavelmente mais que qualquer outra, por influência de África e do Brasil.
Reconheço o quão benéfico se tem tornado esse enriquecimento e também as mudanças que foram introduzidas na Primeira Reforma Ortográfica, em 1911 e 1973. Porém, que eu saiba, essas alterações não levantaram as reservas que neste momento se levantam.
Porque será?
É só porque não queremos dar o "braço a torcer"?
Ao amigo Açor respondo que, o progresso nem sempre é deitar fora o que é nosso, para “embarcar” noutro mar salgado mas de águas turvas e sem lágrimas.
Se vier a acontecer, que no futuro, a razão vos assista e todos os meus medos foram infundados, serei a primeira a dar-vos os parabéns, sem qualquer ressentimento.
Eu vou escrever como aprendi na escola do Sobral! Esse foi o meu processo de socialização primária. Em parte é a essa época que devo muito do que hoje sou, portanto continuarei a escrever como aprendi ha algum anos atrás! Será a minha homenagem a todos os meus professores da primária!
Ó famel, n/ m dgs k n/ s poupva mt tint'a scrvr só c/ consoantes...
E com a novidade de escrever mensagens o mais rápido possível nos telemóveis e no mns, estamos cada vez mais de acordo com o adágio « p'ra um bom entendedor, meia palavra basta». «Agora p'ra arreganhar a tarratcha, mas sim fazeir tchacota»...
Sabeis como fazem os alentejanos? Tiram o «i» do leite e pôem-no no café.
À Teresanibal
E porque será que os Galegos (do Porto para cima) se enganam e trocam o "B" pelo "V"? Será que têm dificuldade em distinguir uma vaca de um boi?
Zé da Burra...
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