terça-feira, abril 24, 2007

Artistas cá da terra - Poetas 2

Continuando a divulgação dos nossos poetas, refiro-me hoje ao nosso conterrâneo Laureano Soares.
A sua veia artística será para muitos uma surpresa, para outros não tanto.

Nasceu no Sobral, no Barreiro e teve uma infância semelhante a muitos outros Sobralenses. Órfão de pai desde os 6 anos, a sua infância foi marcada por este facto e influenciou toda a sua vida.

A escola, fê-lo descobrir o gosto pela escrita e artes em geral mas a pobreza espreitava e fê-lo abandonar os estudos no final do ensino primário. Foi nessa altura, aos 11 anos, que teve os primeiros sapatos, para se apresentar na Covilhã, no exame de final de ano.

Contudo, não desistiu de aprender, continuou sempre a “devorar” livros: romances, contos, poesia.

Na adolescência, a escrita e a pintura fascinavam-no. Como a pintura era inacessível por falta de meios, dedicou-se à escrita.

Os primeiros poemas foram compostos enquanto guardava o rebanho de cabras, inspirados pela montanha envolvente, pela tristeza, pela vida.

Também o teatro lhe despertou interesse, criando com companheiros algumas peças.

Mas como a vida não permitia e era necessário levar dinheiro para casa, estas paixões foram postas em segundo plano e o trabalho prosseguia.

Aos 16 anos como operário nas Minas da Panasqueira, teve contacto com o também operário e poeta Lúcio do Vouga, que lhe enriqueceu os conhecimentos e lhe deu certezas: queria conhecer e escrever poesia.

Em 1958, na homenagem para comemorar o 40 aniversário de professorado do Prof. José Pereira, os alunos recitaram algumas das suas poesias e o seu nome foi notícia no Jornal “Notícias da Covilhã”.

Nos finais dos anos (19)50’s emigrou para o Canadá, na busca de melhor vida e da realização de sonhos.

E foi no final do ano de 2006 que um desses sonhos, que o perseguia desde criança, foi realizado: o lançamento do seu 1º livro. “Rêves Orphelins” é um livro de poesia, em Língua Francesa, cujo lançamento foi apresentado junto da Comunidade Portuguesa de Montreal e por cá pouco divulgado. São poemas com grande Alma, Sensibilidade e Amor, inspirados nas suas vivências.

Para breve, uma surpresa, porque como o próprio diz ” há saudades que só o contacto com as nossas raizes conseguem saciar”...Aguardemos!

12 comentários:

famel disse...

Eu já li quase todo e resta-me dar os parabens!

É nestes momentos q eu sinto a importância do blog, o real cunho de sobralenses perpetua-se nesta "rede", deixando a nossa marca pelo mundo...

Hoje estou espacial/ emocionada!

Anónimo disse...

Ainda bem q os Sobralenses deixam a sua marca, o seu cunho pessoal por todos os cantos do mundo!! Parabéns ao Sr Laureano pela sua obra e esperemos q continue a lutar pelos seus sonhos, sempre!
Agradeço-lhe do fundo do coração uma msg que há uns tempos colocou no blog e permita-me retribuir :
" Não fiques desanimado com as despedidas. Uma despedida é ncessária antes de poderes ter novo encontro. E um novo encontro, após momentos ou tempos de vida. é certo para aqueles que são amigos" - Ricard Bach. Bem haja.

Anónimo disse...

Após ler esta breve mas magnifica discrição à cerca do autor, fiquei com vontade de conhecer a sua obra.

Anónimo disse...

Tive a possiblidade de receber essa obra e fiquei encantado com os poemas que em dois seroes consegui devorar ;o homem pensa a obra nasce parabens, ja estou à espera de poder ler o proximo livro ;um muito obrigado laureano até ao verao

Anónimo disse...

Aproveito esta data do 25 de Abril para partilhar os versos que seguem.

PORTUGAL

Nunca se extinguirà o sangue lusitano.
O sangue dos herois que esta Pàtria criou,
Nem serà esquecido aquele que cantou
Este jardim florido e céu azul troiano.

Que perca a voz e luz, perseguido o tirano.
E renegado seja aquele que manchou,
teu nome singular. Àquele que te amou,
Dà-lhe repouso, nâo lhe causes dano.

Cantai! Cantai em coro, ò gente, versos novos,
Ao povo que jà foi, do mundo rei dos povos!
- À raça nossa mâe, desde sempre imortal!

Cantai, como Camôes, um dia o fez com glòria!
Lusìadas! Pàtria! Biblia! Ò minha santa història!
Eu te saùdo aqui meu berço -
Portugal!

LS

joe disse...

Hi LS eu sou teu primo e estou do outro lado no canada , fiquei muito contente por ler esta tua novela .
A Deus e muita saude

Anónimo disse...

Parabéns Laureano. Parece que "a dureza" dos caminhos do Tojal, Tarrastal e Panasqueira lhe trouxeram boa inspiração.
Gostaria muito de ler "os sonhos órfãos.

Anónimo disse...

Já tive o prazer de ler alguns versos do livro. São lindos e foram escritos com o sentir e a sensibilidade dos grandes poetas. Abençoada terra que tão nobres filhos tem...

famel disse...

Brevemente outros poetas sobralenses...

Anónimo disse...

Lindo poema com que o Laureano Soares nos brindou nesta data comemorativa do 25 de Abril.
É com o maior orgulho que por este meio passámos a saber das suas capacidades intelectuais, da sua veia poética, e da visão que tem do Mundo e da nossa Pátria.
É com muito gosto vermos que a serra que o viu nascer, num berço tão apertado como é a nossa terra, não lhe tolheu a visão de um horizonte mais alargado. O seu percurso, no qual muitos de nós nos revemos, é apenas o exemplo dado ao Mundo de que vale a pena lutar em qualquer lugar onde nos encontremos.
Há, com certeza, muitas preciosidades originárias da mesma localidade espalhadas pelo mundo, que seria muito interessante revelar. A arte, a poesia, a literatura, são apenas expressões de uma cultura assente em valores universais. Mas há outros, que também nos orgulham. Aqueles que se aventuraram pelo mundo, para angariar a subsistência dos seus, também não terão vergonha de contar as suas histórias, as suas dificuldades e os seus êxitos.
Serão exercícios de cidadania universal que todos teremos interesse em conhecer.
Este poema é digno das antologias literárias para ficarem na História. Por isso, aqui vai um desejo, bem grande, de vermos publicados neste Blogg mais poemas deste e de outros autores. E todas as manifestações de cultura que engrandeçam o nome do Sobral e das suas gentes serão sempre bem-vindos. Obrigado Laureano Soares, de quem me lembro apenas do tempo da escola, mas que nos apraz saber que tem uma visão do mundo e da pátria que nos incentiva à dialética.
Vem a propósito citar CLEMENTE DE ALEXANDRIA in " Os Estromatos" : "Os escritos são a descendência da alma, assim como as crianças o são do corpo".
Por isso, a alma do poeta ou do escritor permanecerá pelos tempos vindouros.

Serranita disse...

Quem quiser contactar o Sr. Laureano Soares poderá fazê-lo usando o e-mail:

icisol37@hotmail.com

sobralfilho disse...

E tendo (certamente) na memória… a giesta do tarrastal, do tojal ou do caminho das minas,
presenteia-nos agora com a outra gesta… a de “poemar” os sonhos…
Parabéns Laureano