quarta-feira, abril 25, 2007

Dia da Liberdade

Sem tempo para fazer um post mais aprumado como a data merece, assinalo o dia repetindo a imagem já "postada "aqui há um ano, que é para mim uma imagem cheia de beleza: a Esperança na Liberdade sob todas as suas formas. Se alguém quiser contar onde estava neste dia há 33 anos, como recebeu a notícia e quais as suas esperanças...

15 comentários:

Umberto Pacheco disse...

Nessa noite e dia estava, de arma na mão e postado numa das varandas do quartel de Estremoz, ansioso para que os camaradas que haviam partido para Lisboa (e tomaram a sede da PIDE), cumprissem a sua missão e o movimento triunfasse. Foi a mais ansiosa, cansativa e bela noite/madrugada da minha vida. 25 de Abril, SEMPRE !

Anónimo disse...

Eu era "teenager" nessa altura,mas já sabia o sacrifício que os meus pais faziam para que eu e os meus irmãos pudessemos estudar.Já sentiamos na pele (aqueles que eram das aldeias próximas e de familias pobres)a troça que as meninas filhas dos grandes industriais da cidade faziam da nossa maneira de vestir ou de falar...Viva a DEMOCRACIA, viva a LIBERDADE.Ninguém é dono da liberdade,ELA é um direito de TODOS

Caesar Place disse...

Nesse dia, com os meus seis anos e morando na Av. D. Carlos I em Lisboa, mesmo frente á Assembleia e muito proximo da então Emissora Nacional, foi como que assistir de esplanada.Foi um dia diferente pq não tive aulas, mas lembro-me que fiquei bastante preocupado porque a minha mãe andava nervosa, uma vez que tentava falar com o meu pai, que na altura estava em Lourenço Marques, Moçambique e não o conseguia.
Tambem me recorda da 1ª manifestação que ocorreu em frente á Assembleia, julgo que no decurso do 1º de Maio de 1974.

Anónimo disse...

Esta data é importante para mim não só por fazer anos logo a seguir mas também por saber que muitas mudanças dela decorreram, boas e más. Liberdade sempre a senti pois na altura tinha apenas quatro anos e via o mundo com outros olhos. Não direi viva o 25 de abril, mas direi viva a liberdade, sob que forma de expressão for.....

Anónimo disse...

Essa Madrugada vivi-a, melhor bebi-lhe todas as gotas com uma sofreguidão inexplicável.Em Lisboa, menino e moço,notívago por devoção,aventureiro por instinto e sofreguidão, acompanhei tudo misturado na multidão. É com orgulho que digo: vivi o antes e o depois, não tenho vergonha de dizer de que lado estava - ainda estou.Mas o que mais gostei foi o DURANTE. Liberdade Sempre, em toda a parte.

Anónimo disse...

Pois é. Já passaram 33 anos,e ainda Há tanta gente que não percebeu o significado da mudança.Mas para os que verdadeiramente sentiram o que foi viver em ditadura, jamais permitirão que se atropele a Liberdade.

Anónimo disse...

Nessa 5ªFeira, eu e os colegas que estudávamos em Benfica num Externato que pagávamos, mandámos os prof. para casa logo ás 10 horas.Só se falava no golpe de Estado do Spínola e das chaimites e panhards com tropas nas ruas da baixa.
Fui a casa deixar os livros e mesmo c/o rádio a pedir para ficarmos em casa, fui direitinho ao Rossio e largo do Carmo. Aquilo estava calmíssimo, apenas meia dúzia de soldados e o cap. Salgueiro Maia c/ o seu megafone a mandar o pessoal circular.
Circulei e dali a uns minutos uns tipos começaram a chamar-me camarada e quase me obrigaram a entrar para um 1ª andar - pareceu-me a redacção dum jornal - e queriam que ficasse a li a fiscalizar não sei o quê, como eu queria ir correr as ruas raspei-me dali pra fora e deixei os camaradas a protestar. Atão e m/ liberdade ?...
Dali fui até ao Cais Sodré e Terreiro do Paço. Tudo calmíssimo,nem um soldado para amostra. Como era meio-dia até parecia que tinham ido almoçar e interrompido a revolução.Duma coisa eu estava certo:-sendo assim já não iria bater cos costados no ultramar dali a 2 ou 3 anos.
Voltei ao Rossio e dali de novo ao Carmo, e pelas 3 da tarde o "ambiente já estava mais animado". Subi como os outros para cima dum tanque velhinho doutras guerras e ficámos á espera da rendição do Caetano que nunca mais acontecia e o Salgueiro mais sempre impaciente connosco. O F. Sousa Tavares ainda pediu o megafone ao capitão e empoleirado encima duma guarita á porta d'armas do quartel,pediu ao pova que "arredasse" dali. Mas o povo foi ficando até que chegou do quartel da Pontinha- Reg. de Engenharia 1 - onde estava o Tó Serralheiro - meu cunhado - a chaimite que transportou o ex-chefe do governo dali p/ fora.
Mas o povo dessa parte pouco viu.
E não conto mais, que isto já lá vão 33 anos. gritei muito Viva o 25 de Abril.

Anónimo disse...

Apesar de não ter vivido o 25 de Abril acredito na liberdade de expressão - a prová-lo está este blog!!! 25 de Abril Sempre!!!
No entanto, não consigo deixar de pensar no que esta data representa/ou para os envolvidos no projecto HEY JUVE (com inicio em Nov/68)! Este "jornal", pelo seu carácter de protesto, crítica e até mesmo revolta deve ter sofrido imenso com o antigo regime e ainda que não importassem as consequências:"dele colherão pétalas com mãos olvidadas do futuro por vezes saindo com os dedos ruborizados de angústias, porque não há rosas sem espinhos: no entanto as cicatrizes que ficam são gloriosas medalhas ao peito dos guerreiros", as palavras eram "camufladas" subtilmente, ironizando, enfatisando e atingindo o seu objectivo: marcar a sua posição face aos problemas sociais e incentivar ao diálogo entre os leitores!!

Anónimo disse...

Olá amigos do blog,
O meu 25 de Abril foi comemorado com a maior emoção. Saí de casa para o trabalho sem saber de nada. Quando cheguei já 200 e tal colegas estavam à porta da empresa a combinar ir festejar a revolução. Recebi a notícia de tal forma que estando eu grávida de sete meses pensei q a Carla ia nascer nesse dia. Com tal alegria depressa decidi o que fazer a seguir, uma vez que nos tinham dado folga, juntamo-nos todos e fomos de comboio para o Rossio. Envolvidos na multidão com cravos e bandeiras, cantamos a canção do Povo Unido até ficarmos roucos. Era tudo alegria. O pior veio depois quando voltei para casa. Fui à procura de pão e já nâo encontrei em lado nenhum.
Nunca tinha faltado pão na nossa mesa , mas "mulher da aldeia, esperta e desembaraçada"!!! logo amassei farinha, meti no forno do fogão...mas qual não foi o meu espanto ao verificar que o dito ficou reduzido a ...pão ázimo e "esquecidos"!!!. Mas mesmo assim teve que marchar! Mas tudo valeu a pena. E Viva o 25 de Abril.

Anónimo disse...

Chenouca,qualquer dia vais ter opurtunidade de rever todos os números do HEY JUVE.Já combinei coa a Famel e prometemos por à V/apreciação, creio que a única colecção que existe completa e que eu guardo religiosamente. Em nome da Liberdade e do 25 de Abril para sempre.

Serranita disse...

Já nasci também na era da liberdade mas sei bem o que a revolução significou para o Povo Português.
Quanto aos vossos comentários, gostei de ler e entrar no espírito do dia. Cá por casa sei que no dia 25 Abril de 1974 a minha mãe estava em Coimbra com meus tios. Ao se levantarem de manhã cedo para irem apanhar o comboio para Lisboa,acharam que algo estranho se passava pois a rádio passava música "revolucionária". Mas lá seguiram. E só ao chegar á estação de Sta Apolónia tiveram conhecimento do que se passava. Tiveram de regressar, pois não era permitido sair da estação. Os meus avós no Sobral ansiavam por notícias, não se sabia bem a gravidade da revolução (não havia telemóveis ;-) e os telefones no Sobral seriam poucos).
O meu pai estava no ultramar, em Moçambique, ficou satisfeito porque assim viu a data do seu regresso a Portugal chegar mais cedo.
Desejo que os relatos, históricos (e não só), nos façam sempre recordar esse dia e as suas principais mudanças para todos nós.

Anónimo disse...

Ainda não era nsacido, mas sei k no sobral ficou tudo num reboliço sem notícias da capital.

Gostei imenso de ler estes relatos, mas o Virgilio Neves tem com cada história! Até sempre

Liberdade !

Anónimo disse...

Era um dia igual aos outros, não fora pelas 10 horas da manhã, o director do Rádio Clube do Huambo, mandar reunir o pessoal para anunciar que havia uma revolução em Lisboa!!
As noticias, apesar de estarmos "dentro" delas e com tantos km. de distância, eram escassas. Através da BBC é que se sabia que Marcelo Caetano estava a entregar o poder, que o povo festejava nas ruas e que os militares iam pôr fim à guerra.
Foi surpreendente e bonito! Um dia vivido entre a angustia do desconhecido e o desejo incontido de uma amanhã melhor para todos.
Então, alguns locutores mais destemidos, alteraram os programas e sobretudo a música... retiramos todas as fitas coladas nos discos (pelos pides) que não se podiam tocar e foi um "farto-te" de Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Pe. Fanhais, etc…, intercalados com algumas noticias e textos "impensáveis" de ler no dia anterior!
Ainda que tenha havido muitos erros depois, nada poderá apagar a sensação de que até se respirava melhor! VIVA A LIBERDADE!

Anónimo disse...

Custódio. para o do 1º de Maio tenho mais uma " nini reportagem "

Anónimo disse...

Ansiosamente esperarei por ler essa "mini reportagem".
Abraço