sexta-feira, abril 20, 2007

Voz do Sino - O Blog Sobralense do Séc. passado




Para comemorar o 1º aniversário do noss0 blog , apresento aos Sobralenses uma reprodução (3 pág.) do nº 13 da Voz do Sino. Este jornal foi criado pelo Pe. Pedro que parou de o publicar no nº 12, em Outubro de 1961, aquando da sua substituição pelo Pe. José Rey Barata. Este retomou a edição do jornal em Março de 1962 e pedia aos assinantes que colaborassem com notícias pessoais e até fotos de seus filhos... e eles assim o faziam como podemos constatar em outras edições que irei passar ao blog. Por isso poderemos dizer que há 45 anos atrás o Sobral já tinha o seu blog.
Fica por aqui a m/ apresentação e deixo à v/ apreciação o conteúdo deste e dos outros nºs. que apresentarei se essa for a vontade dos bloguistas.
Na última pag. leiam bem a lista dos batizados e casamentos e ireis encontrar muitos nomes conhecidos. E na 1ª reparem na foto que o padre escolheu... a fonte da ponte vista do barreiro, exactamente do local onde a mariita fez a foto que enviou há poucos dias.
Passo de imediato ao meu comentário e espero pelos vossos.

15 comentários:

Anónimo disse...

Feliz achado este!!! Bem haja Virgilio por "comungar" este tesouro! Afinal o blog está vivo e a abanar - tal como prometido! Venham mais!!! Agora vou dedicar-me à leitura destas preciosas páginas!

Anónimo disse...

Já vi que alguns dos nossos bloguistas quando nasceram tiveram direito a publicação ...parabéns!!!

Agora comparem com a actualidade os nºs referidos: "220 crianças e 25 catequistas"

Anónimo disse...

Olá conterrâneoas bloguistas.Quando fiz 7/8 anos e me preparava para começar a ler as primeiras letras,o jornal sobralense "Voz do Sino" deixou de se publicar. Lembro-me no entanto de ter visto as pessoas a comprá-lo aos Domingos á porta da igreja. (Seria o Fernando Paulo-o sacristão- que os vendia?
Para os assinantes, o preço do jornal de 1$00 era equivalente a: 2 copitos (ou 1/2 quartilho) de vinho para os homens,3 caixas de fósforos para as mulheres ou ainda 10 rebuçados de fruta (ou 20 dos de 1/2)tostão para os garotos.Por isso só não lia quem não sabia.
Eu leio agora,45 anos depois, com os olhos muito arregalados, que foi como eles ficaram quando viram estas "valiosas pérolas" que esperaram no fundo duma caixa empoeirada no sótão duma família sobralense-proprietária dos jornais-que me deixou fotografá-los e que preferem ficar no anonimato.
Termino, dizendo que na lista dos batizados,encontrei o nome de 2 primos que morreram (de anginhos) poucos meses depois.E fiquei agora a saber a razão do m/ primo Zé garanhola(sem ofensa)chamar compadre ao m/ irmão Fernando.
A lista dos casamentos do mês, abre com o ti Zé Santos e fecha com o do ti Zé broa e o da sua irmã Isilda. Em Maio haverá mais.

Anónimo disse...

...E os 18 batizados e 9 casamentos???
Foste rápida no gatilho óh chenouca's...digo-vos que isto vai ficar animado. E finalmente a teresaníbal se desencantou.

Anónimo disse...

Qual era a periocidade deste Boletim?

Anónimo disse...

virgilio essa preciosidade que tu publicas aqui no blog , e de veras um tesouro ,ja começo a guardar essas paginas . obrigada mais uma vez.fico contente de ver o meu nome logo apos nascisdo no jornal da paroquia,voz do sino.Boa continuaçao

Serranita disse...

Boa, Virgilio! Agora é que é ficar bem informado!;-)
Sabes em que ano saiu o 1 número? E já agora o último?
Tem números curiosos, tanta criança na catequese, casamentos e batizados ( mesmo estando referidos juntos de pelo menos 5 meses em que não se publicou o jornal).
Fiquei curiosa acerca do Centro Paroquial de Assistência.Funcionava no Sobral (raios X, internados, operações...)?

Anónimo disse...

O 1º nº saíu em Setembro de 1960, com saída mensal. Houve uma pausa entre a 1ª fase e a 2ª, devido à mudança de pároco.
mudou de formato, de A4 para A3. O próprio cabeçalho sofreu alterações, sobretudo a nível da árvore (sobreira ou castanheiro).
O último número explica a razão de findar a publicação:
O n°. 77/78, de Maio/Junho de 1968 insere um comunicado em que o director da folha paroquial dá esta por suspensa até que uma mudança de situação permitisse o reiniciar da obra.
Na realidade era grave que a maioria dos 314 assinantes (para uma tiragem de 400 exemplares) não pagasse suas assinaturas, permitindo que o défice fosse coberto indefinidamente pelos rendimentos da igreja.

Anónimo disse...

Quem guarda sempre "acha"! Abençoados os que guardaram estes pedaços da nossa história comum e muito obrigada a quem os descobriu e publicou. Adorei!
Serranita: de facto havia já assistência médica, o Ti Manel Paiva era o enfermeiro de serviço,
que me tratou (e a muitos)na crise do sarampo, "ponteou" a cabeça várias vezes, mais uma perna cortada numa lage, nas Barrocas do Muro. Um corte bem profundo que "agrafou" e tenho uma cicatriz até bem perfeita para o "estardalhaço"! 15 dias sem escola e só mimos!!! Lembro-me que vinham médicos e até já nos deram vacinas.
Houve também o problema da TINHA, que felizmente não tive, e com os conhecimentos da época os mesmos médicos lá foram tratando e encaminhando as crianças para a Covilhã, a fim de serem tratadas.
PARA QUEM AINDA NÃO SABE: Recordo que foi recentemente divulgado, que todas as crianças (hoje adultos e muitos infelizmente já faleceram) que foram tratadas com a radioterapia dessa época, devem contactar os Centros de Saúde ou o médico de familia, para que possam ser encaminhadas para um rastreio, que está a ser feito, creio que no Porto e em Lisboa, por causa de problemas cancerigenos.
Portanto, se alguém se lembrar de quem teve a doença da TINHA, deve avisar para que as pessoas possam tomar providências.

Anónimo disse...

"Ó sino da minha aldeia, dolente na tarde calma, cada tua badalada soa dentro da minha´alma.E é tão lento o teu soar, tão como triste da vida, que já a primeira pancada, tem o som de repetida. Por mais..." - Fernando Pessoa -

Anónimo disse...

"Sino, coração da aldeia
coração sino da gente,
um a sentir quando bate,
outra a bater quando sente..."
C. de Oliveira
Algumas considerações ainda na sequência da monografia realizada no OTL: "A Voz do Sino" apesar de procurar suscitar nos leitores valores morais e humanos através de parábolas, reflexões, testemunhos,... criticava e ironizava problemas sociais. Para a época assuntos como o Aborto seriam tabus, no entanto, eram abordados através de histórias verídicas apontando-o como " suprimir a vida do seu seio", sendo que o prazer sexual na sua banalidade seria "um problema de todos". Há pois uma preocupação em alertar as pessoas para os flagelos, sempre com argumentos conservadores e religiosos, claro está. o namoro é confrontado com a decência e a pureza, "é um problema", apelando à compreensão e diálogo dos pais e tb à racionalização sexual.

De salientar que o Dia do Emigrante foi instaurado nesta altura, dando-se sempre uma atenção previligiada aos emigrantes incentivando-os a uma comunicação activa.

Existia tb um grande cepticismo perante a ciência "a vida é um dom de Deus e só ele é o Senhor da vida e da morte. A ciência dos homens não esgota a ciência de Deus por mais que aprendam".

Quanto ao matrimónio, muitos são os apelos feitos aos casais para que se mantenham fiéis apresentando ainda um protótipo de mulher e homem ideal. A mulher submissa ao homem revelando apenas caracteristicas interiores, o homem é apenas descrito fisicamente.
"Numa palavra, que permita o marido sentir-se homem. Mas o homem gosta tb de ser julgado pela sua esposa, sobretudo. Gosta de ser senhor em sua casa e de sentir, um pouco pelo menos, superior à sua esposa".

O último nº deste boletim foi editado em Maio/Junho de 1968 por falta de verbas provenientes dos donativos da população.

Retirado dos nºs 72 (ano VI), 73,74,75,76,77-78(ano VII)

Anónimo disse...

Virgilio,acertaste em cheio. Na 2ª.fase entre 1961 e 1966 não só vendi como preparei a maior parte dos números publicados, era assim como que o paginador, passador à máquina dos artigos que chegavam,cronista dos casamentos, batizados e obitos, contabilista, lambedor de selos, e etiquetas com as moradas dos assinantes.Vê tu que foi preciso o Blogue para eu me lembrar de uma das minhas actividades de garoto enquanto Sacristão.E olha que não era fácil naquela altura.Para escrever na Máquina de então era preciso um bom almoço.

Anónimo disse...

F.Paulo, atão se calhar o jornal atai t'ajudava a "safar" dir ó Valmadero tratar das cabras ???
Também ajudas-te a fazer hóstias ???

Anónimo disse...

Virgilio ajudei a faze-las as hóstias, a comer as aparas e a levar tchapadas nas trombas do P. Pedro porque os seminaristas comiam as hóstias e o Sacristão é que pagava as favas. É que ainda não havia chegado o tal do 25.

Anónimo disse...

A malíngua, daqueles tempos, chamavam ao Voz do Sino "A Voz do Suino".