segunda-feira, abril 21, 2008

Mesmo a calhar

À pouco li este poema no blog "Vila-do-Paúl" que foi postado por "Trasdeserra". Achei o poema bastante adequado tendo em conta a guerrilha armada que anda por aqui.
Desfrutem do mesmo.

Solidariedade

Vamos, dêem as mãos.

Porquê esse ar de eterna desconfiança?
Esse medo, essa raiva?
Porquê essa imensa barreira entre
o Eu e o Nós na natural conjugação do verbo ser?

Vamos, dêem as mãos.

Para quê esses bons-dias, boas-noites,
se é um grunhido apenas e não uma saudação?
Para quê esse sorriso
se é um simples contrair de pele e nada mais?

Vamos, dêem as mãos.

Já que a nossa amargura é a mesma amargura,
já que a miséria para nós tem as mesmas sete letras,
já que o sangrar dos nossos corpos é o vergão da mesma chicotada,
fiquemos juntos,
sejamos juntos.
Porquê esse ar de eterna desconfiança?
esse medo, essa raiva?

Vamos, dêem as mãos.

Mário Dionísio

in www.cravodeabril.blogspot.com

2 comentários:

Anónimo disse...

Quem sabe... talvez haja bom senso e estas bonitas palavras contribuam para o PAZ, aqui e agora!!

Anónimo disse...

Não sei mariita!
O ambiente está rispido, mais parecem os cowboys do faroeste.
Vá não sejam assim, podem ir para onde quiserem e esconderem-se bem e dão uns beijinhos e abraços.

A malta agradece!